São Paulo, terça-feira, 2 de abril de 1996
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Motim de 5.000 na Argentina mata 3

Detidos fazem 21 reféns em 4 prisões

DENISE CHRISPIM MARIN
DE BUENOS AIRES

Cerca de 5.000 presidiários se amotinaram e mantêm 21 pessoas como reféns em quatro penitenciárias da Província de Buenos Aires desde o fim-de-semana. Eles são 50% dos presos na Província.
Ontem, três detidos morreram e um policial mantido como refém ficou ferido num tiroteio no Presídio de Sierra Chica, em Olavarría. O presidente Carlos Menem pediu "equilíbrio" aos policiais.
No final da tarde, os 3.334 presos da Unidade 1 de Olmos decidiram negociar a rendição. Eles se rebelaram em solidariedade aos detentos de outros dois presídios, Sierra Chica e Azul, e mantinham três carcereiros como reféns.
Reivindicações
Os presos reivindicam reforma nas leis para que o roubo com uso de arma não seja punido com prisão. Também pedem anistia para problemas de disciplina e a aplicação de uma lei que poderia reduzir suas penas pela metade.
O primeiro motim começou no Presídio de Sierra Chica, no sábado, depois de uma tentativa fracassada de fuga. Um preso morreu.
Cerca de mil presidiários se rebelaram contra a superlotação e tomaram 15 reféns, entre eles a juíza Mercedes Malere, 43, que voluntariamente entrou na prisão para negociar com os detentos.
No domingo, 300 presos da Unidade 7 da cidade de Azul tomaram como reféns três suboficiais e um oficial do Serviço Penitenciário. O exemplo foi seguido na noite de domingo pelos presos da Unidade 9 de La Plata, que iniciaram uma greve de fome e uma manifestação pacífica -logo transformada em motim. Dois suboficiais ainda são mantidos encarcerados por cerca de 300 detentos.
Em média, as prisões argentinas contam com uma população 42% maior do que podem comportar. Na Unidade 7 de Azul, a superlotação alcança 90%. Outro problema está no fato de que 50% dos presos ainda não foram julgados. Cerca de 2.500 presos continuam nos distritos policiais da Província.

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