São Paulo, quarta-feira, 3 de abril de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PIB recua 1,9% até março

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O Produto Interno Bruto caiu 1,9% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. Deverá fechar o primeiro semestre com queda de 1,7%.
A estimativa e a previsão são do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), do Ministério do Planejamento. O PIB mede os bens e serviços produzidos no país.
A queda do PIB poderá ser menor (0,8% e 0,4%, respectivamente), dependendo de fevereiro.
O PIB fechou 95 com crescimento de 4,1%, após começar o ano com expansão de 10,4%. A expectativa é de que neste ano a curva do PIB seja inversa à de 95.
A queda do PIB no primeiro trimestre resultou de baixa de 7,1% na atividade industrial e de 0,6% no setor agropecuário. No setor de serviços, houve alta de 2,5%.
No primeiro trimestre de 95, a indústria crescera 14,4%, os serviços, 7,8%, e a agropecuária, 6,9%.
A indústria de transformação, que representa a parcela mais importante da atividade industrial, teve queda de 9,2% até março. Deve cair 7,6% no semestre.
Segundo a análise da Carta do Ipea, a queda de 0,6% na atividade industrial de fevereiro -se confirmado o número a que chegou seu modelo de análise- pode ser considerada "bastante favorável".
Isso porque, além de a base de comparação (fevereiro de 95) ser elevada, o número representou melhoria substancial em relação ao "medíocre" desempenho de janeiro, quando foi registrada queda de 8,4% na atividade industrial.
Desemprego
A Carta do Ipea se concentra no problema do desemprego. Os analistas dizem que ainda não é possível se concluir que o desemprego no país é estrutural.
Os técnicos do Ipea chegaram a essa conclusão apesar de considerarem também ser "evidente que a retomada do crescimento, por si, não seria suficiente para garantir a criação de empregos na quantidade e velocidade requeridas pela expansão da população economicamente ativa, que é o número de pessoas empregadas ou procurando empregos".
A duração média dos períodos de desemprego vem se reduzindo no Brasil. Quando há desemprego estrutural, essa duração tende a ser longa e crescente.
Eles concluem que o problema reflete aspectos de custos dos movimentos de contratação e dispensa de pessoal em uma economia em mutação, e o "grau de rigidez" da legislação trabalhista.

Texto Anterior: METALÚRGICOS; CERVEJA; CARROS 1; CARROS 2; FGTS; EMBRAER
Próximo Texto: Maioria dos postos aplica 14% em SP
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.