São Paulo, quarta-feira, 3 de abril de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Conheça mais sobre RAM

MARK D. STUCKY
DA "PC NOVICE"

Os chips de RAM ("random-access memory", memória de acesso aleatório) são para o micro o que as células cerebrais são para a cabeça. Sem o suficiente, tanto você quanto seu PC ficam incapacitados.
A RAM serve como nicho temporário de dados e instruções que precisam entrar e sair rapidamente da unidade central de processamento (CPU) ou microprocessador.
A CPU (chips 386, 486 e Pentium) equivale ao córtex cerebral, onde os pensamentos são processados. A RAM oferece "espaço" para a CPU pensar.
Todos os dados na RAM são igualmente acessíveis e podem ser pegos pela CPU a esmo, conforme ela for precisando.
Memória primitiva
Quando foram construídos os primeiros computadores, na década de 40, embora seus tubos a vácuo preenchessem uma sala inteira, suas memórias equivaliam a apenas um punhado de bytes.
Com a chegada dos circuitos integrados, chips contendo milhares de transistores, os PCs de hoje têm 1 milhão de vezes mais capacidade de memória do que os maiores computadores daquela época.
As primeiras e primitivas memórias de computador não eram aleatórias, mas seriais.
O que entrava a partir de um leitor de fitas, por exemplo, seguia para a CPU na mesma sequência em que havia chegado, independentemente de ser uma ordem eficiente ou não.
Acesso aleatório
As primeiras memórias de acesso aleatório surgiram no início dos anos 50, com sequências de minúsculas "bolachas" magnéticas (com largura de 1/50 de polegada).
Uma teia de fios magnetizava a bolacha numa direção ou outra, representando um bit.
Essa memória de cerne magnético foi a memória de computador mais usada até o predomínio das memórias baseadas em semicondutores (chips), na década de 70.
Mas o magnetismo continua sendo vital para os computadores porque os leitores de disco o usam para armazenar dados de maneira permanente.
Chips de memória
O tipo mais comum de chip RAM, o DRAM (RAM dinâmica), contém milhares de capacitores microscópicos gravados sobre uma fatia finíssima de silício.
Os capacitores são dispositivos que armazenam uma carga elétrica temporariamente, depois de serem conectados a uma fonte de energia.
Os capacitores dos chips de circuito integrado ou armazenam uma carga (um 1) ou não contêm carga (um 0).
Os dados são escritos sobre a RAM pela carga de capacitores selecionados no chip. A memória é o padrão armazenado de cargas nos chips.
Cada bit possui um endereço ou localização na memória (especificado por colunas e fileiras). Quando um endereço é chamado para "recordar" determinados dados, o endereço especificado no chip é lido, e os dados são enviados à CPU.
Quebra-cabeça
As divisões da memória significam que a quantidade de RAM que você tem não é sinônimo da quantidade de "memória" do sistema disponível.
Um exemplo. Você costuma usar meia dúzia de aplicativos ao mesmo tempo em seu PC com 16 Mbytes de memória, no "Windows 3.1".
Aí você compra um jogo de alta potência usado no DOS, como "Rebel Assault".
Na primeira vez em que você tenta usá-lo, mesmo sendo o único programa do DOS aberto (que precisa de 4 Mbytes, um quarto do que você tem), o micro dá uma mensagem de "memória insuficiente".
Esse tipo de problema é comum e revela o quebra-cabeça em que a memória dos PCs se transformou.
Divisões da memória
O primeiro megabyte de memória, de suma importância, consiste em 640 Kbytes de memória convencional e 340 Kbytes de memória superior.
A memória convencional é crucial, porque o DOS e os programas do DOS funcionam dentro desse espaço extremamente apertado.
A memória superior é reservada para uso do sistema. Contém informações para o monitor e os drivers, pequenos programas que instruem o micro sobre como comunicar-se com dispositivos como impressora ou leitor de CD-ROM.
Embora seja reservada para uso do sistema, a memória superior tem espaços livres, os blocos de memória superior (UMBs), que podem ser utilizados para armazenar pequenos programas e informações.
Dentro da memória superior existe uma área de 64 Kbytes, chamada page frame, usada com a memória expandida.
Expandida e estendida
A memória existente depois do primeiro 1 Mbyte é ou memória expandida ou memória estendida, dependendo do gerenciador de memória e das necessidades do programa.
O DOS e as CPUs inferiores ao 286 não conseguem ter acesso direto a essa memória.
A memória expandida (EMS) divide o espaço além de 1 Mbyte em pequenas fatias, chamadas bancos, que o DOS consegue digerir.
Hoje, menos programas usam a EMS. A memória estendida (XMS) é favorita. Em lugar de fazer trocas de memória, como a EMS, a XMS, com a ajuda de um gerenciador de memória, evita a limitação de 1 Mbyte e acessa todos os megabytes disponíveis.

Texto Anterior: Memória 'extra' é mais vagarosa
Próximo Texto: Chegam às lojas primeiras câmeras APS
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.