São Paulo, quinta-feira, 4 de abril de 1996
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Mudança no Bamerindus chega à cúpula

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O Banco Bamerindus estendeu à sua administração as mudanças estruturais implementadas na Bamerindus Participações e Empreendimentos (holding do grupo paranaense) nos últimos meses.
Ontem, Belmiro Valverde Jobim Castor deixou o cargo de superintendente do banco, passando o bastão para o conselheiro Jair Jacob Mocelin, seu antecessor.
Castor, 53 anos, sai do grupo após 11 anos de Bamerindus e quatro anos na principal função executiva. O cargo de superintendente foi, de certa forma, esvaziado. Foram criadas quatro superdiretorias que se reportarão a Mocelin, mas cujas atividades eram centralizadas pelo superintendente.
As novas diretorias -administração, internacional e finanças, produção e crédito- serão tocadas por executivos que, como Mocelin, têm origem nos mais baixos escalões hierárquicos do banco.
"A velha guarda assumiu de vez o poder dentro do banco"', afirmou um ex-diretor da instituição.
Assumem as diretorias Sérgio Vieira Proença (administração), Antônio Zanini (produção), Sérgio Bochese (crédito) e Anthony Pain (internacional e finanças).
Os três primeiros eram diretores regionais de agências e, portanto, levam para a cúpula do banco a visão e a experiência da ponta mais delicada do negócio, a clientela.
A saída de Castor, que não foi localizado pela Folha, ocorre quatro meses após a reestruturação organizacional, destinada a adaptar o Bamerindus à baixa inflação.
Amigos do ex-executivo comentaram que ele pode ter saído ao ver seu cargo esvaziado com a criação das superdiretorias. A versão oficial do banco é que Castor decidiu voltar-se mais para a vida familiar -por sinal, a mesma justificativa dada por Alcides Tápias, ex-número dois do Bradesco, ao deixar o banco e ir para o grupo Camargo Corrêa, em março.
Castor sempre foi visto como um "elemento estranho" pelos funcionários mais antigos. Ele fez sua carreira no setor público, ao contrário de Mocelin, que tem 42 anos de banco. Foi secretário de planejamento do Paraná por duas vezes -nos governos Jaime Canet e José Richa -e depois secretário de educação de Álvaro Dias. No Bamerindus, foi diretor das áreas internacional e corporativa.
A volta de Mocelin foi uma surpresa, pois, aos 63 anos, ele só tem dois anos para ficar à frente do banco, por razões estatutárias.

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