São Paulo, quarta-feira, 10 de abril de 1996
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Falta de lanche causa evasão na Paraíba

ADELSON BARBOSA

ADELSON BARBOSA; RONI LIMA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JOÃO PESSOA

Escolas sem comida perdem 40% dos alunos em zona rural; no Rio, sindicato diz que quadro é 'caótico'

RONI LIMA
A falta de merenda já provocou uma evasão de 40% nas escolas da zona rural de São José do Sabugi (287 km de João Pessoa-PB) nos primeiros dias de aula. Na zona urbana, o número é de cerca de 30%.
"A maioria das crianças vai à escola para se alimentar e, quando não encontra a merenda, deixa de frequentar", disse a prefeita. Maria do Carmo afirmou que na zona rural a dependência das crianças da merenda escolar "é maior". Segundo ela, é na zona rural que "a fome ataca mais as crianças".
A prefeita afirmou não saber os motivos da não-liberação da verba. "Prestei contas de duas parcelas liberadas no primeiro semestre de 95 e estou levando amanhã (hoje) a prestação de contas de outras duas parcelas", afirmou. Ela disse que a prefeitura depende exclusivamente dos recursos da FAE.
Rio
A falta de repasse pelo governo estadual da verba para a compra de merenda tem sido a principal queixa de professores e prefeituras no Estado do Rio.
A falta de merenda em escolas começou a ser regularizada, segundo a Secretaria de Estado da Educação, que diz já ter depositado R$ 3 milhões na rede bancária -dinheiro que seria suficiente para a compra da merenda em abril.
A assessoria de imprensa da secretaria afirma que faltou dinheiro para a merenda, desde 95, porque o governo teve que ficar até os primeiros meses deste ano pagando dívidas em atraso, da administração passada, com fornecedores.
A secretaria garantiu que não deixou de repassar às escolas a parte do governo federal (da FAE) destinada à merenda escolar.
Apesar disso, professores e prefeituras continuam a reclamar da falta de verba. "O quadro é caótico. Falta merenda em muitas escolas. Em algumas, os alunos comem só biscoitos", diz a diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação Mônica Lins.
Segundo ela, a situação está normal nas escolas municipais da capital. A Secretaria Municipal da Educação, que tem convênio direto com a FAE, informa estar liberando a verba regularmente.

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