São Paulo, quarta-feira, 10 de abril de 1996
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Policiamento está igual, dizem lojistas

DA REPORTAGEM LOCAL

No segundo dia do programa contra crimes na zona sul de São Paulo, comerciantes do Capão Redondo, bairro com maior índice de homicídios na Grande São Paulo, disseram não notar diferença no policiamento.
"Não vi nenhum movimento diferente de policiais na área", afirmou o farmacêutico Domingos Joben Magron, 44 anos, que está há quatro anos no bairro, já foi assaltado oito vezes e em apenas uma foi à delegacia.
"Pelo contrário: até agora (15h), nenhum carro de polícia passou com a sirene ligada, o que é comum acontecer", acrescentou.
O jornaleiro Odecir Bezerra, 56, disse ter visto ontem dois veículos novos -anteontem, no lançamento do programa, foram entregues 60- passando no largo Salvador Correia.
"Foi de passagem, como sempre. Talvez eles estivessem um pouco mais devagar, observando melhor", afirmou.
Outros comerciantes, que preferiram não se identificar, reclamaram da falta de policiamento a pé, que consideram a melhor maneira de evitar assaltos às lojas.
Mudança do batalhão
Os comerciantes das proximidades do largo 13 de Maio, principal área comercial de Santo Amaro, disseram estar satisfeitos com o reforço no policiamento.
Ontem, a área era patrulhada por grupos de até quatro policiais do 2º Batalhão de Choque, durante o horário comercial.
A principal reclamação dos lojistas é a distância da sede do 1º Batalhão da PM, que cobre a área e está instalado próximo ao aeroporto de Congonhas.
"O aumento de 1.242 policiais na zona sul ajuda em parte. Mas é preciso trazer o batalhão para cá, pois hoje o trajeto toma uns 30 minutos", afirmou o decorador Orlando Moreira, 57, presidente do Conseg (Conselho de Segurança Comunitário) de Santo Amaro.
O esforço do conselho é usar um shopping popular vizinho ao terminal de ônibus de Santo Amaro, hoje desativado, para receber a PM. A área pertence ao município e teria que ser cedida ao Estado.
Bloqueios
No fim da manhã e início da tarde, motos e carros da Rota faziam bloqueio nas pontes que levam de Santo Amaro ao outro lado do rio Pinheiros.
Na entrada da ponte da avenida João Dias, um veículo da Rota interrompeu uma das faixas da pista, provocando trânsito lento por dois quilômetros.
Segundo os policiais, o objetivo da operação era intimidar e, eventualmente, prender assaltantes de bancos que usassem as pontes como rota de fuga.

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