São Paulo, quarta-feira, 10 de abril de 1996
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IGP recua em março e chega a 0,22%

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A inflação de março medida pelo IGP (Índice Geral de Preços) da FGV (Fundação Getúlio Vargas) foi de 0,22%, com queda de 0,54 ponto percentual em relação aos 0,76% de abril. A FGV prevê que o aumento dos combustíveis pode levar o índice para 0,80% em abril.
Segundo Paulo Sidney Cota, chefe do Centro de Estudos de Preços da FGV, o aumento dos combustíveis deverá ter impacto de 0,40% no varejo e de 0,50% no atacado.
Juntando isso aos impactos indiretos -reajustes de outros preços por conta do aumento dos combustíveis-, mais outros aumentos, ele calcula que o IGP vai mais que triplicar este mês.
Três índices
O IGP é uma conjugação de três índices: o IPA (Índice de Preços por Atacado), com peso de 60%; o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), com peso de 30%; e o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), com peso de 10%.
O IGP de março foi o menor desde a deflação de 1,08% de setembro de 95. Segundo Cota, o índice será o menor deste primeiro semestre.
Os preços no atacado foram os maiores responsáveis pela queda no IGP de março. O IPA caiu 0,07%, contra alta de 0,47% em fevereiro. No IPA, os preços industriais caíram 0,15% e os agrícolas subiram apenas 0,10%.
O IPC de março foi de 0,43%, 1,03 ponto menor que o de fevereiro. O vestuário caiu 2,47% e os alimentos tiveram queda de 0,03%.
Salário mínimo
Cota disse que as pressões inflacionárias dos próximos meses vão impedir a reprodução de um índice nos níveis do de março.
Em abril, a pressão virá dos combustíveis. Para maio, o reajuste do salário mínimo deve liderar as pressões, ainda com a ajuda indireta dos combustíveis.
Na hipótese de reajuste de 20% para o mínimo, Cota avalia que a inflação de maio chegará a 1,5%.
Em junho, as pressões virão ainda do reajuste do mínimo e da entressafra agrícola, fazendo com que a inflação fique entre 1% e 1,5%, na avaliação do técnico da FGV. Cota calcula que a inflação de 96 deve ficar em torno de 12%, com alta de 18% no varejo e de aproximadamente 8% no atacado.

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