São Paulo, quinta-feira, 11 de abril de 1996
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Metroviários de SP param e são vaiados

DA REPORTAGEM LOCAL; DO NP; DA FT

Os metroviários de São Paulo foram vaiados ontem durante o protesto no qual fecharam todas as 41 estações de metrô e pararam os trens por cerca de 15 minutos, das 14h às 14h15. Eles protestam contra o plano de reestruturação de cargos e salário do Metrô. O ato prejudicou 30 mil usuários. Segundo a assessoria de imprensa do Metrô, os sindicalistas foram vaiados pelos usuários em quase todas as estações.
O sindicato admite que algumas pessoas, "a minoria", reclamaram, mas apenas nas estações Sé e Jabaquara.
As vaias foram consideradas normais pelo presidente do sindicato, Pedro Augustinelli, que esteve na estação Sé, onde usuários pularam ou passaram por baixo das catracas e vaiaram a paralisação por quase cinco minutos.
O aposentado Fernando Teixeira, 70, estava inconformado. Segundo ele, com o protesto, os metroviários prejudicaram a população de baixa renda.
Severino Luiz Nascimento, 44, ficou preso em um trem na estação Belém. Ele disse que chegaria atrasado a uma reunião.
A técnica em edificações Daniele Gomes, 18, também teve problemas com o protesto. Ela tinha marcado um encontro com o noivo às 14h na estação Tatuapé e chegou 20 minutos atrasada.
Já Zélia Ferreira da Silva, 26, que também estava na Sé, apoiou o ato. "Acho justo eles defenderem seus direitos. Se for preciso, eles devem parar até uma semana."
Os metroviários alegam que o plano de reestruturação, que aumenta a jornada de trabalho de 36 para 40 horas e determina um revezamento de funções, entre outras coisas, tem o objetivo de demitir funcionários. O Metrô nega.
Está marcada uma audiência de conciliação para segunda-feira. Caso não cheguem a um acordo com o Metrô, os sindicalistas prometem novas paralisações, dessa vez sem avisar qual estação será fechada nem o horário.
O Metrô lança até o final do ano os editais de licitação para a construção de uma nova linha, a quarta da cidade, que ligaria a Luz à Vila Sônia, num custo de R$ 1,5 bilhão.
A previsão é de que a obra comece no próximo ano. Primeiramente, será construído o trecho que liga a Paulista à Vila Sônia, que é o objetivo desses editais.
Serão sete estações, com 9,5 km, que devem receber um volume de 360 mil passageiros. Quando a linha estiver toda pronta, o número saltará para 1,2 milhão.

Colaborou a 'FT'

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