São Paulo, quinta-feira, 11 de abril de 1996
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Laboratórios refazem testes de Aids

DA AGÊNCIA FOLHA; DA REPORTAGEM LOCAL; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Local e da Sucursal de Brasília
O secretário da Saúde do Rio Grande do Sul, Germano Bonow, orientou os 21 laboratórios que usaram o teste Abbott no Estado a refazer o exame nos pacientes. Bonow declarou, porém, que sua maior preocupação é com os bancos de sangue.
Ele disse, às 16h30, que já tinha mantido contato com 14 dos 21 laboratórios, nove dos quais de Porto Alegre. A checagem da secretaria até aquele momento indicava não ter havido contaminação.
O hospital Nossa Senhora da Conceição, cujo laboratório central trabalha para outros três hospitais de um mesmo grupo, foi procurado por pessoas que fizeram o teste Abbott e queriam saber como proceder.
O diretor-técnico do Conceição, Marco Viegas, disse que o hospital realizou cerca de 3.000 testes Abbott suspeitos de erro. Ele afirmou que o Conceição, um hospital público mantido pelo governo federal, tem o cadastro dos pacientes, podendo se comunicar com eles para refazer o teste.
São Paulo
No Estado, 21 serviços de saúde públicos e privados receberam e usaram os kits suspeitos da Abbott, num total de 12.900 testes.
Entre os serviços que usaram o kit, o único banco de sangue é o do Hospital Albert Einstein. O hospital -que usou 1.470 testes da Abbott- realiza desde 1989 dois exames de técnica e procedência diferentes para triagem do sangue. O secretário da Saúde, José da Silva Guedes, disse ontem que "os pacientes que receberam sangue no Einstein não correm nenhum risco e podem ficar tranquilos".
Os outros 20 serviços que usaram os testes suspeitos são laboratórios particulares, hospitais e prefeituras do interior. Em todos os casos, os testes foram utilizados apenas para diagnóstico, ou seja, para saber se o paciente tem ou não o vírus da Aids.
Todos esses serviços têm até segunda-feira para provar se usavam dois testes diferentes -como obriga a lei- e informar o nome das pessoas que fizeram o teste. Brasília
Parte dos laboratórios de análises clínicas no DF não tem registro das pessoas submetidas ao teste com o produto da Abbott que apresentou problemas.
Foram detectados quatro falsos negativos no mundo, entre 2,5 milhões de testes. O risco é de que outros casos falsos, não detectados, contagiem pessoas por outras que têm certeza de não ter o vírus.
O Laboratório Sabin de Brasília está esperando ser procurado pelas pessoas que passaram por testes HIV e querem fazer um novo.
O Laboratório Exame vai colocar um anúncio em jornal hoje oferecendo um novo teste a todas as pessoas que foram atendidas desde janeiro.

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