São Paulo, quinta-feira, 11 de abril de 1996
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Mulher leva 18 tiros e sobrevive no Rio

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Quatro pessoas morreram em uma chacina ocorrida na madrugada de ontem, em Santa Cruz (zona oeste do Rio).
Antônia Emília Sobrinho, 45, apesar de ter levado 18 tiros, sobreviveu e, segundo os médicos que a atendem, não corre risco de vida.
Segundo o depoimento de Antônia, que foi levada para o hospital Pedro 2º, cinco homens fortemente armados invadiram sua casa na madrugada de ontem e fuzilaram seu companheiro Juracir Ramos de Oliveira, 30, conhecido como "Perigoso".
Os invasores também atiraram em Antônia e, como ela permaneceu imóvel, acharam que também estava morta.
Outras três pessoas que estavam na casa no momento da invasão, Iranilson Dias de Souza -filho de Antônia-, Daniel Rodrigues Júnior, um vizinho, e um outro homem não-identificado, foram levadas pelos invasores.
Na manhã de ontem, os três corpos foram encontrados no interior do porta-malas de um Chevette abandonado no bairro de Paciência (zona norte).
Apesar de os invasores não estarem com os rostos cobertos, Antônia disse não ser capaz de reconhecê-los.
O crime foi registrado na 36ª DP (Delegacia de Polícia), em Santa Cruz.
Segundo os policiais, Oliveira estaria envolvido com o tráfico de drogas na região. O motivo da chacina seria um ajuste de contas entre traficantes.
A polícia afirma também que ele estaria envolvido em venda ilegal de bebidas e promoveria festas em sua casa nos fins-de-semana.
Antônia negou que seu companheiro tivesse envolvimento com o tráfico de drogas.
Ela afirmou que ele era comerciante e que seu filhos e os outros dois homens trabalhavam.
Em depoimento, Antônia, no entanto, não soube dizer em que tipo de comércio seu companheiro trabalharia nem qual era a ocupação de seu filho.
A polícia afirma que Oliveira trabalhava para o traficante conhecido como Rubinho Preto, que há um ano está cumprindo pena no presídio de segurança máxima Bangu 1.
Segundo a polícia, esse tipo de crime de ajuste de contas entre pessoas envolvidas com o tráfico é comum na área de Santa Cruz.
Corpo fechado
Antônia foi atingida pelos 18 tiros em todas as partes do corpo, menos na cabeça.
O comentário ontem entre os policiais que atenderam a ocorrência é que ela tinha "corpo fechado".
Até o fim da noite de ontem, Antônia seria transferida para o hospital Rocha Faria, em Campo Grande (zona oeste).

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