São Paulo, quinta-feira, 11 de abril de 1996
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Venezuela terá 'medidas de choque'

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Venezuela vai implementar na segunda-feira um "plano de choque" para conter a inflação e o déficit fiscal, anunciou ontem o ministro de Planejamento, Teodoro Petkoff.
As medidas fazem parte de um acordo que está para ser assinado nos próximos dias com o FMI (Fundo Monetário Internacional) e serão anunciadas pelo presidente Rafael Caldera na tarde do dia 15.
Petkoff disse que o país vive uma situação de emergência e descreveu o programa como um ajuste econômico ortodoxo.
Contempla-se, entre outras coisas, a extinção total do controle cambial, o aumento dos combustíveis (hoje o litro de gasolina custa US$ 0,03 no país), maiores impostos sobre vendas no atacado e comercialização de artigos de luxo, além da elevação dos juros.
O controle cambial vige desde junho de 94, quando o governo implementou-o como instrumento para deter a fuga de capitais causada pela crise do sistema financeiro.
Maxidesvalorização
Petkoff reconheceu que o fim do controle pode causar uma maxidesvalorização do bolívar em relação ao dólar.
Hoje, no mercado oficial, a moeda norte-americana é cotada a US$ 290 e, no paralelo, a US$ 480.
O ministro acredita que, com a liberação, a cotação oficial deve aproximar-se da paralela, o que implicaria desvalorização de 40%.
Ele não descartou, porém, a possibilidade de intervenção do banco central no mercado para frear quedas exageradas do bolívar.
A extinção do controle poderia causar também uma nova fuga de capitais do país, que poderia chegar a US$ 2,5 bilhões nos primeiros dias, segundo analistas.
"Para que isso não aconteça, vamos aumentar os juros", deixou claro Petkoff.

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