São Paulo, quinta-feira, 11 de abril de 1996
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Castor imita Marcelinho

ESTANISLAU MARIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

Rosivan Pantoja de Melo, 23, o Castor, autor do gol contra que deu o empate ao Corinthians, temeu por sua família. O pai, que sofre do coração, saiu do hospital no dia do jogo.
*
Agência Folha - Como aconteceu o gol contra?
Castor - A bola veio espirrada do Bernardo e pegou efeito na grama. Vim com vontade, mas estava meio caído e acabei pegando de mau jeito.
Tentei dar um chutão para fora e fiz aquilo. Fiz um gol de Marcelinho.
Agência Folha - O que você pensou na hora?
Castor - Caí de joelhos e pensei: "Como pode me acontecer uma coisa dessas? É o fim". Não queria nem me levantar.
Agência Folha - Foi seu primeiro gol contra?
Castor - Foi.
Sempre fui atacante, mas voltei para ajudar a marcação no finalzinho.
Agência Folha - Você temeu a reação da torcida?
Castor - Temi pela minha família. Sou o mais novo de 15 irmãos e temi que descontassem neles.
Fiquei preocupado com minha mãe e meu pai, que sofre do coração.
Agência Folha - Qual a reação deles?
Castor - Meus pais só ficaram sabendo hoje, mas me apoiaram. Os irmãos que não vieram me abraçar pessoalmente, me ligaram.
Agência Folha - Você teve medo na saída do estádio?
Castor - Não. Estava com Jesus no coração.
Indo para o ônibus, fui surpreendido por uns dez torcedores que vieram me abraçar e disseram "bola pra frente".
Agência Folha - Você conseguiu dormir?
Castor - Sou um profissional. Fiquei triste, é claro. Mas não sinto culpa, foi uma fatalidade.

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