São Paulo, quinta-feira, 11 de abril de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EUA fazem maior denúncia de assédio

Indenizações podem somar US$ 210 mi

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo dos EUA denunciou a fábrica da empresa japonesa Mitsubishi em Normal (Illinois, Meio-Oeste) por permitir o assédio sexual de mulheres. O número de vítimas pode ser de até 700.
A Comissão de Oportunidade de Emprego Igual, do governo federal, aceitou levar o caso contra a empresa à Justiça pelo que chamou de "assédio sexual grosseiro e chocante em massa".
"O processo pode ser o maior da história do artigo 7", disse o vice-presidente do órgão, Paul Igazaki. O artigo 7 da Lei de Direitos Civis americana, de 1964, proíbe a discriminação no emprego por raça, sexo, nacionalidade ou religião.
O assédio teria começado em 1990. Um funcionário do governo afirmou que "o padrão de abuso não poderia se estabelecer sem conhecimento e consentimento da diretoria (da empresa)".
Cada mulher pode receber até US$ 300 mil de indenização, o que poderia chegar a um custo de US$ 210 milhões.
Segundo a denúncia apresentada, empregados da Mitsubishi teriam tocados seios, nádegas e órgãos genitais de funcionárias, feito desenhos de atos sexuais nas paredes da fábrica, propostas de sexo e ameaças de retaliações.
A denúncia diz também que mulheres tiveram de fazer sexo para obter ou conservar o emprego.
Outro lado
A filial negou as acusações, dizendo que o governo estava querendo a ação por causa das eleições presidenciais de novembro.
Ele disse que a própria empresa abriu investigação depois que 26 empregadas apresentaram denúncias de assédio sexual em 1993 e 1994. A investigação teria concluído que as normas da Mitsubishi são "eficazes e adequadas".

Texto Anterior: Estudo nega contaminação por carneiro
Próximo Texto: Crise com Norte marca eleição sul-coreana
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.