São Paulo, domingo, 14 de abril de 1996 |
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Estilo etílico Em 1954, Jânio Quadros se elegeu governador de São Paulo. Augusto Marzagão, com pouco mais de vinte anos, fazia parte de sua assessoria mais próxima. Jânio, que depois chegaria à Presidência, adorava cachaça. Um dia Marzagão reparou que Jânio tinha um verdadeiro ritual para beber a aguardente: encher o copo, tapar o nariz e tomar a cachaça em um gole só. - Augusto, adoro esse líquido. É a melhor coisa já inventada. Acho na cachaça um lenitivo para muitas coisas - disse Jânio, deliciando-se com a bebida. Jânio repetiu o ritual mais vezes, sempre tapando o nariz. Ingênuo, Marzagão perguntou: - Governador, o sr. não gosta do cheiro da cachaça? - Adoro - respondeu Jânio. - Então, por que o sr. tapa o nariz? - continuou Marzagão. Paciente, Jânio explicou: - Gosto tanto da cachaça que, se sinto o cheiro dela, minha boca enche-se d'água. E a água estraga-me a cachaça. Texto Anterior: Bate e alisa; Mudança de hábito; Saída de emergência; Tiro no pé; Tema delicado; Franco atirador; Pressa legislativa; Farra do boi; Tempo ao tempo; Legislativo dócil; Pela culatra; Não muda; Fatia do bolo; Assembléia estudantil; Racha à vista; Disciplina rural Próximo Texto: A praga do fim de século Índice |
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