São Paulo, domingo, 14 de abril de 1996
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Telesp diz como evitar fraudes

DA REPORTAGEM LOCAL

A existência de quadrilhas internacionais de fraudadores agindo no país exige muito cuidado por parte do assinante que quer vender seu aparelho de telefone celular.
A única forma de se precaver contra as fraudes é acompanhar o comprador até a companhia telefônica para se assegurar de que foi feita a transferência do titular no cadastro da operadora.
Segundo o superintendente de telefonia celular da Telesp, Gilson Rondinelli Filho, em todos os casos constatados em São Paulo os vendedores confiaram em que a transferência seria feita e não tomaram o cuidado sequer de saber o nome do comprador final.
As fraudes praticadas com o uso de clones só podem ser evitadas pelas próprias telefônicas, e elas vêm desencadeando uma operação em nível mundial para conter a ação das quadrilhas.
Para se ter uma idéia da dimensão do problema, a Bell Atlantic, dos EUA, tem uma vice-presidência só para o combate a fraudes.
A Motorola, fabricante de equipamentos de celular, também dos EUA, foi a primeira a criar um departamento de investigação de fraudes, há quatro anos, que hoje treina agentes do FBI e da CIA.
Para tentar combater as fraudes por clones, a Telesp tem feito um acompanhamento diário das chamadas dos clientes.
"Quando percebemos que um cliente que não costuma fazer ligações internacionais passa a fazer longas chamadas para o exterior, nós entramos em contato com ele", diz Rondinelli.
Impressão digital
Outros métodos estão sendo desenvolvidos. Entre eles está a criação de códigos específicos para cada aparelho, que funcionarão como uma espécie de impressão digital do celular.
Cada usuário terá seu código, e os aparelhos só funcionarão se o código for digitado corretamente.
Além disso, as telefônicas querem uma lei específica para punir a fraude com celulares. Em agosto, a Telesp pediu abertura de inquérito na Delegacia de Defesa do Patrimônio contra empresas que estavam oferecendo clones.
O caso foi enquadrado como prestação irregular de serviços de telecomunicação, com base no Código Brasileiro de Telecomunicações.
No segundo inquérito, que corre na 5ª DP, as fraudes no mercado paralelo de celulares estão sendo tratadas como estelionato.

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