São Paulo, domingo, 14 de abril de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Brasileiros "esquecem" R$ 2,26 bilhões MARCOS CÉZARI MARCOS CÉZARI; SHIRLEY EMERICK
Os brasileiros estão "esquecendo" uma verdadeira fortuna nos cofres da Caixa Econômica Federal e da Receita Federal. São mais de R$ 2,26 bilhões em contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), PIS, loterias e restituições do Imposto de Renda. Esse valor é praticamente o mesmo que a Previdência gasta todo mês para pagar os mais de 15 milhões de aposentados no país. Nas 17,73 milhões de contas inativas (aquelas que não recebem depósitos há mais de três anos) os trabalhadores estão deixando R$ 1,81 bilhão (ver quadro abaixo). Segundo Valdir Lima, gerente-executivo de prestação de serviços da Caixa, os trabalhadores não vão sacar as contas por causa do baixo valor (mais de 9,17 milhões delas têm no máximo R$ 30). Somente quem tiver conta inativa ainda não-sacada deve procurar as agências da Caixa, alerta Lima. Basta levar a carteira de trabalho, cartão do PIS e RG. Não há prazo final para fazer o pedido. R$ 395 milhões no PIS No PIS (Programa de Integração Social) os trabalhadores "esquecem" R$ 395,7 milhões por conta do abono anual (14º salário). Segundo a CEF, no exercício 95/96 têm direito a esse benefício 5,415 milhões de trabalhadores que ganharam menos de dois mínimos em 94. Entre dezembro de 95 e janeiro de 96 apenas 1,458 milhão deles sacou o abono (R$ 100). O prazo para saque vai até 30 deste mês. Quem não sacar o dinheiro num ano perde o direito ao mesmo. O valor é incorporado ao saldo total do PIS. Além do abono, quem estava cadastrado no PIS em 4 de outubro de 88 (um dia antes da Constituição entrar em vigor) pode sacar os rendimentos (correção e juros). A Caixa não tem o valor total desses recursos, mas individualmente eles são baixos. Em 94/95 a média foi de R$ 10,65 por participante, valor que desestimula o saque, afirma Lima. O prazo para sacar os rendimentos também vai até 30 deste mês. Se não for sacado, o dinheiro fica na conta do trabalhador. Assim, pode ser sacado no ano seguinte. Para o saque, o trabalhador precisa ir ao banco onde está inscrito no PIS, o chamado "domicílio bancário", levando carteira de trabalho, cartão do PIS e RG. Colaborou Shirley Emerick, da Sucursal de Brasília Texto Anterior: Sistemas de segurança podem diminuir o custo das apólices Próximo Texto: R$ 36,3 mi esperam na Receita Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |