São Paulo, domingo, 14 de abril de 1996
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Fotoptica quer mudar conceito de ótica

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Fotoptica está passando a ser menos foto e mais ótica.
Uma das mais tradicionais redes de lojas que combinam a revelação e a venda de material fotográfico com a venda de óculos, a Fotoptica chega aos 76 anos em processo de modernização.
Quando o programa de reestruturação estiver totalmente implantado, em cerca de dois anos, quem entrar numa das 45 lojas da rede terá dificuldades em reconhecê-la.
Para começar, não estarão mais à venda produtos eletroeletrônicos, como câmaras de vídeo, calculadoras e aparelhos de som. Esses produtos mais itens como fitas de vídeo respondem hoje por cerca de 10% das vendas da Fotoptica.
No passado, chegaram a representar até 50% do seu faturamento. Mas isso só ocorreu porque as grandes lojas de departamento e de produtos para casa ainda não tinham entrado para valer no setor de eletrônicos.
Hoje, não haveria mais sentido para a Fotoptica concorrer nessa faixa de mercado.
Supermercado
A Fotoptica está trazendo para o Brasil um novo conceito de lojas no setor, o da super ótica, uma espécie de supermercado de óculos.
A idéia, criada pelos americanos no início da década de 80, é de que quem esteja comprando óculos possa entrar numa loja que ofereça 2.000 ou 3.000 armações de óculos, expostas de tal forma que o próprio consumidor possa escolher os modelos de que mais gosta.
Hoje, na maioria das lojas de óculos no Brasil, o consumidor é atendido por um vendedor ou um técnico que escolhe as armações.
O principal responsável por essas mudanças no perfil da Fotoptica é Flávio Mendes Bitelman, diretor-superintendente da empresa.
Engenheiro civil formado pelo Instituto Mackenzie, mas comerciante de vocação, Bitelman bem que tentou, quando ainda estudante, trabalhar em construtora.
Mas essa experiência só confirmou que seu gosto e talento eram mesmo para o comércio. Com 16 anos chegou a substituir o pai por seis meses no comércio de móveis.
Depois de trabalhar por seis anos com Caio de Alcântara Machado, Bitelman foi convidado para trabalhar na Fotoptica. Já estava casado com a filha de Thomaz Farkas, principal acionista da Fotoptica.
Nenhum dos quatro filhos de Thomaz quis seguir a carreira de administrador e tocar a empresa fundada pelo avô, Desiderio Farkas, húngaro que chegou ao Brasil no início do século. Por isso, diz Bitelman, não houve conflitos com os cunhados quando ele assumiu a direção da companhia.

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