São Paulo, domingo, 14 de abril de 1996 |
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O caso da fita - Wilson Roberto Cattani Ex-árbitro de futebol - Laerte Alves Presidente do Botafogo - Silvio Tinti Delegado que chefia o inquérito - Antonio Alvarenga Neto Promotor que cuida do caso - O início . O ex-juiz de futebol Wilson Roberto Cattani declarou em conversas gravadas que tem um esquema para fabricar resultados no futebol, em troca de dinheiro. Diz que no Paulista da Série A-2 em 95 ajudou na campanha do Botafogo -que subiu para a A-1- a mando do presidente do clube, Laerte Alves. Diz que recebeu como pagamento cheques sem fundos, emitidos por Alves, e que não conseguira descontá-los - Os fatos . Cattani conhece o ex-vice-presidente de Finanças do Botafogo, Nélson Giacomini . Cattani esteve várias vezes em Ribeirão Preto, durante o Campeonato Paulista do ano passado . Cattani esteve na festa de classificação do Botafogo, em agosto . Cattani deu mais de 400 telefonemas para Alves . Os telefonemas começaram no dia 10 de maio ou antes . Houve pelo menos 22 ligações dos telefones de Alves para os de Cattani - O inquérito . Desde dezembro, já foi tomado o depoimento de mais de 30 pessoas, em duas cidades . Foi pedida e autorizada a quebra do sigilo bancário e telefônico dos principais personagens do caso . Parte dos documentos pedidos foi entregue . A Polícia já indiciou Cattani por suspeita de crime de contrabando e violação das leis de comunicações - A defesa . Cattani diz que "tirou um sarro" do autor da gravação. Ele e Alves negam se conhecer e ter participado de qualquer esquema de fraude. . Os juízes citados na "fita do suborno" também alegam inocência . Alves diz que é vítima de um complô montado motivado por inveja de seu sucesso como presidente do Botafogo . Diz que até Cattani participa do complô - Os depoimentos . Dulcídio Boschília, ex-árbitro, sustentou que encontro Cattani na escada que dá acesso à diretoria do Botafogo, na sede do clube . Donizete Menino, presidente do Catanduva, disse que Cattani foi atendido por Alves na sala da presidência do Botafogo . Roberto Archiná, ex-supervisor do Botafogo, declarou que viu Cattani quatro vezes em jogo do Botafogo, três deles em Ribeirão Preto . Alcyr Pérez Sánchez, amigo de Cattani, afirmou que o levou à sede do Botafogo e ainda descontou um dos dois cheques que Cattani disse ter recebido de Alves . Nélson César Giacomini, disse que Cattani perguntou a ele por Alves na sede do Botafogo . Sílvio Merenda, ex-diretor do Comercial, disse que Cattani procurou-o dizendo que tinha três cheques de Alves em seu poder - O que falta ser respondido . Quem usou os aparelhos telefônicos de Laerte Alves para ligar para Cattani? . Quem é o titular da conta na qual o cheque de Laerte Alves foi depositado? . Que relação existe entre essa pessoa e o ex-juiz Cattani? . No caso de ter havido transações entre Alves e Cattani, qual o motivo delas? . Se Cattani foi pago por Alves para fabricar resultados, ele realmente fez isso? . Se houve fraude, quais os juízes ou bandeirinhas que participaram dela? . Se houve fraude, quem mais participou dela? . Quem mentiu e quem falou a verdade nos depoimentos? . Se Cattani participa de fraudes dessa natureza, quem foram seus outros clientes? . Se houve ligação entre Alves e Cattani, quando elas começaram? . Também nesse caso, quem apresentou um ao outro? . Se houve fraude, alguém no Botafogo se opôs a ela? . Se houve fraude, quem sabia dela, dentro e fora do clube? Texto Anterior: Devassa fiscal pode ajudar na solução do 'caso da fita' Próximo Texto: Erro imperdoável Índice |
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