São Paulo, domingo, 14 de abril de 1996
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Clássico define a próxima vítima do Palmeiras

ALBERTO HELENA JR.
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Com a derrapada inicial da Lusa e os mosqueteiros batendo em retirada para recuperar suas forças no front da Libertadores, o clássico desta tarde, entre Santos e São Paulo, passou a ser decisivo.
Ele vai definir qual dos dois terá a ingrata tarefa de manter acesa a esperança de barrar o Palmeiras no segundo turno.
Sim, porque, pela campanha que o verde vem cumprindo (escrevo antes da rodada de ontem), um simples tropeço já tira qualquer competidor da reta de chegada. E, até aqui, São Paulo e Santos -bem ou mal- são os únicos vencedores, ao lado do Palmeiras.
Ambos, enevoados por partículas de crises, que vão desde a desclassificação administrativa do tricolor da Copa do Brasil até a reedição da novela da venda do passe de Giovanni.
E é exatamente Giovanni a peça vital desse jogo, pois ele representa o diferencial entre Santos e São Paulo.
Tanto isso é verdade que o próprio tricolor vive a obsessão de levá-lo para o Morumbi como salvação técnica e política. Mas, sob tanta pressão, será Giovanni hoje o Giovanni que já foi e virá a ser?
Se for; ciao, São Paulo. Se não, mais uma vez, como tem ocorrido nos últimos tempos, o tricolor será uma pedra no caminho do Palmeiras.
Só que, desta vez, uma pedrinha a ser esmigalhada pelo rolo compressor verde.
*
Não é preciso recorrer a um Ocimar Versolatto para se dar xeque-mate nesses calções do Santos, embora o estilista tenha mais coisas a ver com o futebol que supõem: pra quem não sabe, esse Ocimar que carrega na assinatura é uma homenagem de seu pai -fanático por futebol- ao meia da Portuguesa dos anos 60, que compôs o ataque arrasador com Jair da Costa, Servílio, Silvio e Ivair, o Príncipe.
Basta um pouco de bom senso. E uma certa ousadia, que preserve o espírito da tradição, bem ao gosto dos mais conservadores.
Pois, então, basta colocar em campo o negativo do Santos: um uniforme todo negro, com umas bandas brancas nas meias, se quiserem.
Ou a fusão do negro com o branco, o que resultaria num uniforme cinza. Nada mais discreto, fino e elegante, em se tratando de moda masculina.
Ao mesmo tempo conservador e avançado, posto que desconheço o uso dessa nobre cor no futebol.
O mesmo princípio vale para o São Paulo, que deve estrear hoje seu novo uniforme, em quase nada diferente do atual.
Por que não reproduzir um terceiro e até um quarto uniforme com o mesmo design do tradicional, invertendo-se apenas as cores da base e das faixas horizontais?
Por exemplo: um, todo negro, com faixas brancas e vermelhas; outro, todo vermelho, com faixas negras e brancas.
Às pranchetas, gente!
*
O Corinthians teve de amargar o que o senso comum advertia antes da temporada: acabou tendo de optar pela Libertadores por força dos resultados que praticamente o excluíram do Paulista.
E, apenas por milagre, segue na Copa do Brasil, fruto de um gol contra que merece placa tal a violência e a precisão do remate de Castor, do Remo.

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