São Paulo, domingo, 14 de abril de 1996
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Paralelo 38 e a Copa

SÍLVIO LANCELLOTTI
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

As tensões militares no chamado Paralelo 38 vão detonar de vez as chances de a Coréia do Sul hospedar a Copa de 2002.
Escutei a opinião, na sexta-feira, por telefone, de confiabilíssima fonte da Fifa.
A entidade não tem nenhuma intenção de se manifestar publicamente antes de 1º de junho, quando seu Comitê Executivo decide, em votação, que nação abrigará o primeiro certame universal do novo milênio.
Nos bastidores, todavia, já partem de Zurique sinais claríssimos em favor da candidatura mais tranquila do Japão.
"Conflitos militares à parte", diz o dirigente da Fifa, "existe a instabilidade política na Coréia do Sul, agora que as eleições parlamentares mexeram no governo".
O cartola rememorou os problemas que envolveram a Olimpíada de 88, em Seul.
A capital da Coréia do Sul havia ganho o direito de organizar o evento numa briga com Nagóia (Japão). Mas uma rebelião popular quase levou ao cancelamento.
"Não podemos correr risco, principalmente com seis anos de espera", complementa. "O torneio será realizado no Japão."
A candidatura do Japão data de 89, e, na última semana, seus responsáveis apresentaram uma idéia sensacional, diria revolucionária: a possibilidade de os torcedores sem acesso aos estádios presenciarem pelejas em estádios virtuais.
Em vários campos, os japoneses pretendem construir duas telas gigantescas, cerca de 40 m por 80 m, paralelamente às linhas laterais.
E mostrariam jogos de outros locais, com efeitos em três dimensões, concedendo aos espectadores sensação de estarem no gramado.
Na Copa dos EUA, havia 3,8 milhões de pessoas nos embates. No Japão, com os estádios virtuais, o número passará dos 4 milhões.

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