São Paulo, segunda-feira, 15 de abril de 1996 |
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Empresário identifica motivação política
MILTON GAMEZ
O movimento, segundo ele, é uma tentativa do sindicato do ABCD de "mostrar serviço" e evitar, assim, a possível cisão da entidade com a saída dos filiados de Santo André. As empresas ligadas ao Sindimaq não têm condições de dar aumentos reais superiores a 4,5%, pois as vendas estão fracas -caíram 20% em janeiro e 16% em fevereiro- e têm causado fortes demissões, afirmou Magalhães. "O setor está um desastre, todo mundo está desempregando. No início do Plano real, contratamos 12 mil novos empregados, mas desde então já demitimos 25 mil", disse o presidente do Sindimaq. Segundo ele, o setor já empregou 370 mil pessoas no final dos anos 80 e, hoje, conta apenas com 198 mil funcionários. Em fevereiro de 1995, eram 222 mil trabalhadores. Faturamento Ao mesmo tempo, o faturamento anual das empresas de máquinas e equipamentos caiu de R$ 22 bilhões em média, na década de 80, para R$ 16,2 bilhões no ano passado, quando as vendas cresceram minguados 1,32% em relação ao ano anterior. Se os custos com os salários aumentarem na proporção desejada pelo sindicato do ABCD, argumenta Magalhães, o desemprego vai aumentar, pois as empresas buscarão compensar os prejuízos que enfrentam para produzir no Brasil comprando pronto lá fora -o que já estaria ocorrendo: "A importação de máquinas e equipamentos tem sido a saída para muitas empresas do setor. Em 1995, exportamos US$ 3 bilhões e importamos US$ 6 bilhões. Há três anos, as vendas externas eram iguais às importações." Na avaliação do empresário, tal quadro deveria colocar os trabalhadores "ao lado dos empresários e contra a política de desemprego do governo federal". Texto Anterior: Metalúrgicos fazem greve hoje no ABCD Próximo Texto: Bancos alongam prazos atrás de lucros Índice |
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