São Paulo, quarta-feira, 17 de abril de 1996
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Exportação de soja deve superar R$ 4 bi

DA REPORTAGEM LOCAL

A receita das exportações brasileiras de soja este ano devem superar os US$ 4 bilhões, por causa da forte elevação de preços que vem ocorrendo no mercado de grãos.
A cifra está sendo calculada pela Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) e supera em pelo menos US$ 200 milhões a estimativa inicial.
No ano passado, o país faturou US$ 3,8 bilhões nas exportações de grãos, farelo e óleo de soja.
O preço da soja começou a subir aceleradamente no segundo semestre de 95, devido à diminuição da produção dos EUA, de 68,6 milhões para 58,6 milhões de t.
A quebra da safra brasileira, que encolheu 11,3% segundo o governo, e a explosão das cotações do milho na Bolsa de Chicago sustentaram o patamar elevado da soja.
No interior do Paraná, as cotações da soja variavam no final da semana passada de R$ 12,50 a R$ 13,50/saca, de acordo com a Ocepar (Organização das Cooperativas do PR), com alta acumulada de 10,6% em 45 dias.
Milho
As cotações do milho no Paraná continuam subindo aceleradamente, acompanhando os recordes de alta na Bolsa de Chicago.
Os contratos em Chicago já chegaram a fechar durante este mês com elevações de 70% sobre os valores de um ano atrás.
No final da semana passada, o preço da saca recebido pelo agricultor do interior do Estado oscilava entre R$ 7,00 e R$ 7,80, com elevação de até 30% sobre a cotação do início de março.
A alta do milho no mercado internacional foi motiva pela retração em 95 na safra dos EUA em 9,8%, combinada com a elevação do consumo mundial do grão.
Nos últimos dias, os recordes alcançados pela cotações em Chicago foram provocados pela estimativa de plantio divulgada pelo USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) no final de março.
O órgão previu o plantio de 32,3 milhões de ha, 12% maior que o do ano passado, mas inferior à estimativa do mercado (32,9 milhões de ha).
No Paraná os preços atingiram recordes para os meses de março e abril, segundo a Safras e Mercado.
Mesmo assim, o secretário de Política Agrícola, Guilherme Dias, afirma que o governo só vai liberar estoques a preços de mercado.
"Nossa principal preocupação é manter abastecido o Rio Grande do Sul, onde a quebra foi mais acentuada", diz Dias.

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