São Paulo, quarta-feira, 17 de abril de 1996 |
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Protesto de servidores por aumento reúne 4.000 Porta-voz diz que greve é "pequena" e contra reformas DA SUCURSAL DE BRASÍLIA A passeata de ontem dos servidores públicos federais, em Brasília, para marcar o início da greve nacional, contou com 10 mil grevistas (segundo os coordenadores do movimento) e 4.000 (segundo a PM). Não houve incidentes.Segundo a ministra interina da Administração, Cláudia Costin, o governo vê "maiores problemas" na paralisação dos serviços nos postos de atendimento do INSS, onde a adesão seria mais elevada. Estão em greve 50% dos 180 mil servidores, informou a Coordenação Nacional dos Servidores. Segundo Costin, menos de 10% dos servidores dos ministérios estariam sem trabalhar. Ela afirmou ter informações da Receita de que a adesão também era pequena entre fiscais do órgão. Segundo a Coordenação Nacional dos Servidores Federais, na Receita Federal, pararam 80% dos cerca de 6.000 fiscais (essa paralisação é de 48 horas e termina hoje). Em 30 das 52 universidades federais, os servidores pararam. Em 14 houve a adesão dos professores. Na administração direta, autarquias e fundações da União no DF, a adesão foi de 8.000 do total de 45 mil servidores. A operação-padrão dos fiscais da Receita Federal atingiu os aeroportos Galeão, Cumbica, Viracopos, Salgado Filho, Salvador, Brasília, Manaus e Recife, os portos de Belém, Rio, Santos, Rio Grande, Vitória, Salvador, Manaus e Recife e as fronteiras de Pontaporã (MS), Santana do Livramento (RS), Uruguaiana (RS) e Foz do Iguaçu (PR), disse a entidade sindical do setor. Os servidores reivindicam 46,19% de reajuste -retroativo a janeiro. O governo federal não reconhece o mês de janeiro como data-base do funcionalismo. O porta-voz da Presidência, Sérgio Amaral, disse que a greve é "pequena" e que "a passeata de hoje (ontem) pode ser vista como uma resistência às reformas". Os grevistas são contra as reformas previdenciária e administrativa. Os servidores federais estão há 14 meses sem reajuste. Corte Costin, reafirmou que vai cortar o ponto e o salário dos grevistas nos dias parados. "Serão punidas as chefias que eventualmente abonarem o ponto dos grevistas, permitirem contestações ou aderirem à greve", disse. A manifestação percorreu toda a Esplanada dos Ministérios. Um acerto prévio entre grevistas e PM evitou o confronto. Os aplausos à PM no final da manifestação foram puxados pelo presidente da CUT no Distrito Federal, José Zunga. Houve vaias em frente ao Palácio do Planalto e aos Ministérios da Previdência, Educação e Fazenda. Xingamentos Os grevistas xingaram o presidente Fernando Henrique Cardoso. O porta-voz preferiu não comentar os xingamentos: "Considero inapropriado comentar." Em frente ao Supremo Tribunal Federal, os servidores aplaudiram o tribunal em apoio à liminar do ministro Marco Aurélio de Mello, que suspendeu a tramitação da reforma da Previdência. O comandante do policiamento, coronel Luiz Roberto Bichara, dispensou o cordão de isolamento no local. O primeiro-ministro de Portugal, Antônio Guterres, que naquele momento visitava o STF, teve de sair pelos fundos. O policiamento foi feito por 800 PMs. A passeata durou cerca de uma hora e meia. Texto Anterior: Protesto de servidores por aumento reúne 4.000 Próximo Texto: Falta dinheiro para reajuste, diz Bresser Índice |
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