São Paulo, quarta-feira, 17 de abril de 1996
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Suposta venda de órgãos é investigada

Faculdade em SP é suspeita de tráfico

DA REPORTAGEM LOCAL

O MPE (Ministério Público Estadual) está investigando uma suposta rede de venda de órgãos que funcionaria no Serviço de Verificação de Óbito da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Uma fita de vídeo, que teria sido feita na sala de autópsias da universidade, foi entregue aos promotores e à Corregedoria da Polícia Civil, que abriu inquérito.
O reitor da Unifesp, Hélio Egydio Nogueira, abriu uma sindicância e nomeou uma comissão de três médicos para acompanhar a investigação policial. Ele afirmou ontem, por intermédio de sua assessoria, que só irá se manifestar após receber o relato dos médicos.
A denúncia foi feita pelo ex-informante José Gonzaga Moreira, o Zezinho do Ouro. De acordo com ele, funcionários da universidade aceitariam encomendas de órgãos humanos, que seriam retirados dos cadáveres e vendidos para estudantes e médicos.
A fita de vídeo teria sido feito por um funcionário da Unifesp e entregue a um filho do ex-informante, que teria presenciado retiradas de corações, fígados e pulmões e a colocação de serragem no lugar.
O MPE deverá requisitar a exumação dos cadáveres para confirmar o desaparecimento dos órgãos. O médico legista Fortunato Badan Palhares deverá analisar a fita de vídeo para verificar se há irregularidades nas autópsias.
Se tiver ocorrido crime, segundo o MPE, os acusados poderão responder a inquérito por destruição de cadáver e por corrupção.

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