São Paulo, quarta-feira, 17 de abril de 1996
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BM&F tem recorde; Bolsa e C-Bond caem

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado futuro de C-Bond (um dos títulos da dívida externa brasileira) da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) registrou novo recorde de contratos (5.560) e de volume financeiro (R$ 350,3 milhões).
O mercado da BM&F está ganhando liquidez e, segundo os analistas, já desbancou o mercado similar da Bolsa de Chicago.
Em Nova York, no mercado à vista, o C-Bond chegou a bater em US$ 0,60, mas, no final do dia, recuou e fechou cotado a US$ 0,5888 (queda de 0,84% contra o fechamento do dia anterior).
Em um dia em que o mercado se dedicou ao debate, sem chegar a nenhum consenso, sobre as alternativas mais prováveis para a presidência do BC (Banco Central), pesou o fato de o calendário das reformas voltar a ser adiado.
Os analistas trabalham com a hipótese de o ano acabar sem que se tenha avançado um milímetro nas reformas, já que o Congresso, a rigor, só vai funcionar mais um mês -depois, as eleições devem esvaziar o Legislativo.
Sem reformas, sem ajuste fiscal. Assim, o país fica preso ao dilema da balança comercial (exportações e importações). Ou seja, só pode crescer a taxas que não promovam um déficit comercial (importações maiores que exportações) -que, para os analistas, funciona como a luz vermelha do painel de controle. Logo, sem reformas, o país fica condenado a ser medíocre.
A Bolsa paulista fechou em baixa de 0,65%. Além do novo atraso, pesou mesmo o fluxo de dinheiro -que anda muito acanhado.
A Bolsa funciona como uma bicicleta -se parar de pedalar (entrar dinheiro), cai.
Nas áreas de juros e câmbio, sob a batuta do BC, nenhuma novidade. O BC vendeu títulos nas taxas esperadas pelo mercado (2,83%) -que ficam abaixo da curva de juros prevista no mercado futuro.
Sinal que, com o dinheiro empoçado (concentrado em algumas instituições), o bom negócio é emprestar para o governo.
No mercado futuro de juros, prevaleceu a aposta de taxas mais baixas, especialmente em prazos mais longos.
Já há quem aposte que o BC vai puxar o freio de mão de juros e câmbio até junho (ou seja, passariam a andar mais devagar). O BC voltaria a acelerar a queda dos juros no segundo semestre.

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