São Paulo, domingo, 21 de abril de 1996
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Soma zero; Duelo palaciano; Jogo solitário; Regra três; Estado de alerta; Tribunal rachado; Ajuda providencial; Problemas em comum; Perna curta; Vergonha nacional; Drama tucano; Salada petista; Excesso de zelo; Missão cumprida; Na geladeira; Partido rachado

DE DELFIM NETTO (SP), SOBRE A IDA DO PPB PARA O GOVERNO:

Soma zero
Aliados de FHC enxergam na desunião da equipe ministerial o principal problema do governo. O clima "azedou" de vez nas últimas semanas. Só há projetos individuais. É atribuído a isso a total falta de rumo do Planalto.

Duelo palaciano
Serjão (Comunicações) detesta Eduardo Jorge (secretário-geral), detestado por parlamentares. Os dois, em tese, são articuladores políticos. O primeiro, com aval de FHC, engendrou a desastrada tese de reeleição já. E está em guerra com o PFL.

Jogo solitário
Serra, que só pensa em 98, vive às turras com a equipe econômica e com Stephanes. Um amigo diz que ele está "baixo astral". O ministro acha que não tem o espaço merecido. E que ainda paga o pato por erros de Malan.

Regra três
O ministro Clóvis Carvalho (Casa Civil) é visto como carta fora do baralho por alguns tucanos e pela maioria dos pefelistas. Por falta de cacife, sua função de coordenar os ministros está completamente esvaziada.

Estado de alerta
Os ministros do STF entendem como retaliação o projeto em estudo no Congresso para limitar o uso de liminar sobre decisões do Legislativo e da Presidência. O clima no tribunal não anda nada bom para políticos.

Tribunal rachado
Quem conhece os corredores do STF avalia que há uma divisão meio a meio entre os ministros sobre a suspensão da reforma da Previdência. Essa decisão, dizem, é diferente da que ocorreu na revisão constitucional.

Ajuda providencial
Vitor Buaiz (PT-ES), um dos articuladores da reunião de governadores na quarta, diz que o encontro "vai ajudar o presidente a achar uma saída para a reforma agrária". Segundo ele, o momento é para união nacional.

Problemas em comum
Os governadores que se reunirão em Brasília criarão um fórum como o dos prefeitos. Segundo Vitor Buaiz, buscarão soluções para reforma administrativa, guerra fiscal, dívidas judiciais e política agrária.

Perna curta
A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro processou os Correios e ganhou indenização milionária. É que propaganda na TV disse, equivocadamente, que um engraxate brasileiro em Nova York era formado pela escola.

Vergonha nacional
Foi tão devastadora a repercussão internacional da chacina de sem-terra no Pará que FHC cancelou a viagem que faria aos EUA no mês de maio. O presidente encontraria Bill Clinton e daria uma palestra a intelectuais.

Drama tucano
Nas três vezes em que falou com Paulo Renato (Educação), anteontem, Serjão (Comunicações) repetiu a mesma história: não será candidato a prefeito de São Paulo. Não convenceu.

Salada petista
O Instituto da Cidadania, de Lula, promove nos dias 29 e 30, em São Paulo, o seminário "Custo Brasil: Mitos e Realidade". Delfim, Maílson da Nóbrega e José Roberto Mendonça de Barros confirmaram presença.

Excesso de zelo
A assessoria de FHC está insatisfeita com o trabalho do cerimonial do Planalto. Barra prefeitos em comícios, mas permite que o presidente se aproxime de manifestações hostis. A segurança somente executa ordens.

Missão cumprida
Segundo auxiliares de Itamar, o ex-presidente volta satisfeito a Lisboa no dia 26. Deu o seu recado a FHC. É candidato à sucessão em 98. Explicitou a divergência sobre reeleição. E foi a grande estrela do coro dos contrários.

Na geladeira
Ex-assessor de Francisco Graziano, o policial federal Paulo Chelotti trabalha junto à máquina de detecção de metais, no aeroporto de Brasília. Junto com o ex-chefe, é uma das vítimas fatais do "grampo" do Sivam.

Partido rachado
O modo como Covas escolheu Serjão candidato a prefeito paulistano magoou os tucanos que postulavam a indicação. "Não entendo esse triunfalismo sem base material", diz um deles.

TIROTEIO
- O Ministério da Agricultura é uma caixão meio podre. Se o PPB entrar nele, está morto.

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