São Paulo, domingo, 21 de abril de 1996
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EUA temem atentados contra americanos

CAROL GIACOMO
DA "REUTER", EM WASHINGTON

Os EUA começaram a desaconselhar viagens ao exterior de cidadãos norte-americanos, à luz da turbulência renovada no Líbano e das ameaças de grupos extremistas como a guerrilha Hizbollah (Partido de Deus).
Um representante do Departamento de Estado disse à "Reuter" que "não foram feitas ameaças específicas, mas as representações diplomáticas dos EUA no exterior estão sendo avisadas de que não podemos ignorar a possibilidade de atos de violência aleatória contra norte-americanos".
Funcionários do governo norte-americano disseram que estavam investigando um informe segundo o qual um cidadão do país teria sido sequestrado na Cisjordânia, mas um deles disse à "Reuter" mais tarde: "Na atual etapa, parece ser um boato".
Apoio americano
Durante os seis dias de ataques militares que antecederam o ataque à base da ONU, os Estados Unidos deram virtual luz verde a Israel para sua retaliação contra o Hizbollah.
Na quinta-feira muitos governos e líderes condenaram o ataque à base da ONU. Os EUA não o condenaram, mas o presidente Bill Clinton modificou sua posição anterior, exortando ambos os lados a concordar com uma proposta de cessar-fogo.
Essa posição contrastou com declarações feitas pela Casa Branca no mesmo dia, condenando um atentando do IRA em Londres e um atentado no Cairo no qual supostos militantes islâmicos massacraram um egípcio e 17 turistas gregos.
Comentando os três episódios, o porta-voz do Departamento de Estado, Glyn Davies, disse que "não existem duas situações iguais", afirmou.
"A situação no Oriente Médio é uma das mais explosivas enfrentadas pela diplomacia norte-americana no mundo", disse Davies. "No estágio atual, não adianta envolver-se em condenações."
Depois do ataque da quinta-feira -que chocou boa parte do mundo e provocou um corre-corre de diplomatas-, Israel passou a considerar um cessar-fogo.
Negociador
Clinton enviou o secretário de Estado, Warren Christopher, à região para tentar promover uma trégua. Damasco é a principal influência estrangeira no Líbano e tem 35 mil soldados estacionados no país.
Davies também disse que os EUA estão investigando um informe segundo o qual um americano teria sido sequestrado na Cisjordânia e seria morto se Israel não retirasse suas tropas do Líbano.
"Aparentemente, segundo nossa embaixada, há um informe dando conta de que alguém pode ter sido levado à Cisjordânia ou à faixa de Gaza e de que haveria uma ameaça", disse Davies.
Os Estados Unidos "estão acompanhando o caso com as autoridades em Israel, na faixa de Gaza e na Cisjordânia, e até agora essas autoridades e nossa embaixada não podem confirmar que qualquer norte-americano tenha sido sequestrado".

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