São Paulo, domingo, 21 de abril de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Israel e guerrilheiros mantêm ataques
IGOR GIELOW
A artilharia israelense retaliou a ação atacando posições do grupo no extremo sul do Líbano, e a Marinha atacou o norte da cidade de Sidon, no sul do Líbano. A Folha chegou a 1 km do local dos ataques. No vilarejo de Bramie, uma patrulha dos soldados libaneses parou o carro da reportagem, impedindo a passagem. Um dos soldados disse que o caminho estava interditado por buracos de bomba mais a frente. Pelo menos um civil foi ferido no ataque de ontem. O caminho para Sidon -82 km ao sul de Beirute- é difícil de ser feito. Barreiras do Exército do Líbano impedem que motoristas sigam viajem em várias partes. Em alguns vilarejos, como Jadra, há sinais de bomba perto da estrada. O cotidiano da cidade, no entanto, não mudou muito. Às 9h30 de ontem, horário local, uma praça estava cheia de pessoas, e o comércio estava aberto. Cessar fogo Os esforços diplomáticos para acabar com o conflito continuavam ontem. Em Damasco, capital da Síria, chanceleres dos países do G-7 (os sete países mais ricos) estavam reunidos para convencer a Síria a pressionar o Hizbollah aceitar um cessar-fogo no sul do Líbano. O presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri, disse acreditar que uma trégua poderia começar hoje. "Em 24 horas haverá um cessar-fogo", disse, após encontro com o presidente Elias Hrawi. A pressão internacional por um fim das hostilidades cresceu após o ataque de artilharia contra uma base da ONU que abrigava refugiados, na quinta-feira. Morreram 101 pessoas, todas civis. Israel descreveu o ataque como um "erro humano". Nos dez dias de operação, cerca de 150 pessoas já morreram. Em Moscou (Rússia), o presidente dos EUA, Bill Clinton, disse que "ainda há vida" no processo de paz na região. O secretário de Estado (chanceler) Warren Christopher encabeça os esforços para uma saída diplomática. O objetivo é fazer com que as partes formalizem um acordo de 1993 que proíbe que Israel e Hizbollah atinjam alvos civis. Mas há um impasse: a guerrilha -contrária à existência do Estado de Israel- diz que só para de atacar quando as tropas israelenses deixarem o sul do Líbano. Israel diz que não sai enquanto houver a ameaça dos mísseis de fabricação russa Katiucha contra o norte israelense e exige que a guerrilha seja desmobilizada. ONU Com concordância de 144 dos 185 países-membros, na terça será realizada uma reunião de urgência da Assembléia Geral da ONU para tratar dos conflitos entre Israel e guerrilheiros no sul do Líbano. A notícia foi divulgada ontem em Nova York pelo ministro das Relações Exteriores do Líbano, Fares Bues. Com as agências internacionais LEIA MAIS sobre o conflito entre Líbano e Israel nas págs. 1-19 e 1-20 Texto Anterior: Entenda a ocupação israelense Próximo Texto: Hizbollah atrai ataques a bairros pobres Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |