São Paulo, domingo, 21 de abril de 1996
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Ataques custam ao Líbano US$ 100 mi

Setor mais afetado é o da eletricidade

NAGIB KHAZZAKA
DA "FRANCE PRESSE", EM BEIRUTE

Economistas libaneses afirmam que a operação militar israelense já provocou perdas de mais de US$ 100 milhões no país.
Segundo Nabil Aoun, presidente do sindicato dos corretores da Bolsa de Beirute, é difícil fazer uma avaliação precisa dos prejuízos, mas a cifra de US$ 100 milhões é muito realista.
O setor mais afetado é o da eletricidade. As instalações, alvos da aviação israelense, sofreram danos avaliados pelo ministro dos Recursos Hidráulicos e Elétricos, Elie Hobeika, em US$ 60 milhões.
Duas estações de distribuição de energia elétrica de Beirute foram destruídas, provocando a volta do racionamento draconiano.
O custo da destruição causada na paralisação agrícola do sul do Líbano e na interrupção das atividades comerciais e turísticas no país é estimado em US$ 40 milhões.
Os ataques israelenses semearam o pânico entre muitas pessoas que, nos últimos dez dias, segundo fontes bancárias, vêm se desfazendo de suas libras libanesas e já compraram US$ 150 milhões.
Apesar disso, a taxa de câmbio continua estável, graças à intervenção do Banco Central libanês.
O ministro libanês das Finanças, Fouad Saniaora, considera que "os israelenses querem colocar o Líbano de joelhos, em termos econômicos, porque o país é um concorrente sério do Estado hebreu".
"A grande maioria dos empresários privados, tanto libaneses quanto estrangeiros, vai manter os projetos, primeiro porque não crê na volta dos anos sombrios da guerra e, segundo, porque acha que, se a paz se concretizar, a euforia econômica tomará conta do país", estimou Freddie Baz, especialista econômico do BC.
Para a secretária-geral da Associação de Bancos Libaneses, Makram Sader, o bloqueio israelense do porto de Beirute, o principal para as importações, não terá impacto imediato porque há estoques suficientes para seis meses.
As ações israelenses na região do aeroporto de Beirute provocaram o cancelamento ou o adiamento das viagens de delegações econômicas estrangeiras e de turistas.
Segundo Nabil Jisr, presidente do Conselho de Desenvolvimento e Reconstrução, os trabalhos de recuperação do país continuam.

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