São Paulo, segunda-feira, 22 de abril de 1996 |
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Velhos põem o pé na estrada em "Os Filhos da Natureza"
JOSÉ GERALDO COUTO
O começo é bastante promissor: um velho (Gisli Halldorsson) que vive isolado no alto de uma colina sacrifica com um tiro seu cachorro, junta suas coisas numa mala e parte para a cidade grande, aparecendo de surpresa no apartamento da filha casada e mãe de uma jovem. O "segundo ato" do filme é uma espécie de versão islandesa de "A Arte de Viver", mostrando sucintamente a tentativa fracassada de convivência entre o velho e a família da filha. O velho é levado para um asilo, onde encontra uma namorada de juventude (Sigridur Hagalin), e os dois resolvem viver uma aventura: roubam um jipe e saem Islândia afora em busca do passado perdido. É aí que o filme começa a degringolar. Do realismo doloroso das primeiras partes, passa a um realismo fantástico embalado por música "new age". Os problemas passam a ter soluções mágicas, em vez de dramáticas, como se o diretor não quisesse levar às últimas consequências a sua questão central: qual o destino dos velhos na sociedade contemporânea? Filme: Os Filhos da Natureza Produção: Islândia, 1991 Direção: Fridrik Thor Fridriksson Onde: estréia hoje, no Cinesesc Texto Anterior: Festival de Chicago termina hoje com longa colombiano Próximo Texto: Novos super-heróis deixam a desejar Índice |
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