São Paulo, quinta-feira, 25 de abril de 1996
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Malvadeza à vista; Cobertor curto; Gregos e troianos; Caça a tucanos; Bigode em cena; Gaúchos em baixa; Opção antiga; Arranhão presidencial; Marido traído; Guerra anunciada; Quem é quem; Público feminino; O equilibrista; Assessoria familiar; Regado a uísque; Cabo-de-guerra

Malvadeza à vista
ACM e Luís Eduardo Magalhães não gostaram da nomeação de Luiz Carlos Santos como coordenador político. Havia expectativa de que o cargo fosse dado a Luís Eduardo em 97. O senador ainda cobrará a fatura.

Cobertor curto
O Planalto não teve tempo de costurar as mudanças com o PFL, que reagiu mal e divulgou, tentando queimar, a mexida no ministério. Tenta-se apagar o incêndio. O governo precisa mesmo de um coordenador político.

Gregos e troianos
FHC decidiu mudar o ministério há duas semanas. Além de entregar a prometida cadeira ao PPB, tinha em mente "inserir" de vez o PMDB no governo. Daí, a escolha de Luiz Carlos Santos (SP) para coordenador político.

Caça a tucanos
Com Luiz Carlos Santos na coordenação política, esvaziam-se ainda mais as funções de Clóvis Carvalho, que cuidará da parte administrativa da Casa Civil e das câmaras setoriais, e de Eduardo Jorge, secretário-geral.

Bigode em cena
FHC consultou Sarney e o líder Jáder Barbalho (PA) sobre a dança de cadeiras no ministério. Os dois sinalizaram que o PMDB se sentia plenamente atendido com as mudanças. O partido deve fechar em torno das reformas.

Gaúchos em baixa
Odacir Klein (Transportes) deve voltar à Câmara, mas o PMDB manterá o ministério. Aposta-se em Aloysio Nunes (SP) ou Moreira Franco (RJ). O grupo do governador gaúcho, Antônio Britto, perde espaço.

Opção antiga
FHC primeiro escolheu o ministro do PPB, depois a pasta que caberia ao partido. Desde o início o nome era Francisco Dornelles (RJ), que sempre quis a Indústria e Comércio. Eduardo Azeredo tenta segurar Dorothea.

Arranhão presidencial
Um especialista em pesquisas de opinião que costuma frequentar o Palácio do Planalto disse a tucanos que o massacre dos sem-terra no Pará afeta negativamente a imagem de FHC. O governo aguarda ansioso uma pesquisa sobre o tema.

Marido traído
Odelmo Leão (MG), líder do PPB na Câmara, não tem nada contra Dornelles ir para o ministério, mas até as 18h15 de ontem não sabia de nada. Leão, que viajou para Minas, simplesmente não foi consultado sobre o tema.

Guerra anunciada
O governo vai penar para fazer a reforma agrária andar no Congresso. Ao votar urgência do projeto de liminar em desapropriações, PFL e PPB divergiram totalmente do governo. Deram mais votos contra do que a favor.

Quem é quem
De 13 votos na CCJ ontem sobre reforma agrária, o bloco PFL-PTB deu cinco contra e três a favor. Houve cinco ausências. No bloco PPB-PL foram sete contra. De dez do PMDB, oito votaram a favor. Do PSDB à esquerda, foram todos favoráveis.

Público feminino
Serra fez sucesso com a bancada feminina no Congresso. Prometeu que o governo bancará parte do custo da confecção de 100 mil cartilhas de orientação política às mulheres candidatas a vereadora na eleição de outubro.

O equilibrista
O líder tucano na Câmara, José Aníbal (SP), esforçou-se ontem para "desideologizar" o debate no Congresso sobre reforma agrária. Acha que o discurso dos ruralistas e da oposição acirram os ânimos. E não dão resultado.

Assessoria familiar
Deputados do PDT criticam o líder Mateus Schmidt (RS) por nomear a filha Márcia assessora de imprensa em seu gabinete. Ela diz que foi cedida pela Universidade do Estado do Rio, que paga quase todo o seu salário. Da Câmara, Márcia recebe R$ 200.

Regado a uísque
Piada no Congresso: "No Paraguai, até golpe é falsificado".

Cabo-de-guerra
O TSE articula lobby para FHC vetar projeto que, na prática, torna sem efeito decisões de tribunais eleitorais cassando parlamentares. O projeto foi apelidado de "Lei da Impunidade".

TIROTEIO
De José Genoino (PT-SP), sobre a ação de FHC em relação ao massacre dos sem-terra no Pará:
- É uma pena que a agenda social desse país só seja lembrada quanto há cadáveres. Espero que não apareçam mais.

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