São Paulo, quinta-feira, 25 de abril de 1996
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Déficit federal triplica este ano

FERNANDO GODINHO
COORDENADOR DE ECONOMIA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Documento inédito produzido pelo Ministério da Fazenda aponta que o déficit operacional do governo federal (excluindo as estatais) praticamente triplicou no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 1995.
Esse déficit inclui os gastos do governo federal com os juros que remuneram seus títulos emitidos no mercado, principalmente.
Em relação ao PIB (total de riquezas produzidas no país e estimado em R$ 164 bilhões), o crescimento foi de 0,33% no primeiro trimestre do ano passado, para 0,93% registrado até março de 96.
Em números absolutos, o déficit evoluiu de R$ 465 milhões para R$ 1,497 bilhão.
Positivo
Sem considerar os gastos com juros, o desempenho do governo central é altamente positivo. No primeiro trimestre de 95, as operações foram superavitárias em R$ 1,387 bilhão (ou 0,96% do PIB).
Em 96, nesse mesmo período, o resultado é positivo em R$ 2,101 bilhões (ou 1,28% do PIB).
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros, disse ontem que a tendência é melhorar os resultados fiscais.
Ele apresentou dados do setor privado que demonstram uma estabilização nas taxas de juros.
Como a arrecadação de impostos vem apresentando resultados favoráveis, os gastos com esse juros seriam diluídos até o final do ano.
"É um resultado bastante razoável do ponto de vista fiscal. O resultado operacional deve melhorar", aposta Mendonça de Barros.
O documento é inédito porque, pela primeira vez, se agrupou em um só levantamento as receitas e despesas do Tesouro, da Previdência e de outros itens, como abonos.

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