São Paulo, quinta-feira, 25 de abril de 1996 |
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Viúva publica textos inéditos
JOSÉ GERALDO COUTO
O primeiro inclui textos diversos publicados em livro por Borges ao longo da sua vida, mas rejeitados por ele quando organizou suas obras completas. O segundo, de acordo com a viúva do escritor, María Kodama -que falou à Folha por telefone, de Buenos Aires- está sendo organizado pela pesquisadora Irma Zangara e reunirá textos publicados por Borges em periódicos espanhóis antes de 1923, ano em que voltou à Argentina depois de nove anos na Europa. Kodama está sendo muito criticada por setores da intelectualidade argentina pela publicação de inéditos que Borges não quis ver eternizados em livro. No ano passado, ela lançou pela editora Atlantida um volume (também organizado por Irma Zangara) com textos publicados pelo escritor nos anos 30 no suplemento literário "Revista Multicolor", do diário "Crítica". Mas Piglia acrescenta complexidade ao debate. "Acho bom que se publiquem textos pouco conhecidos de Borges. Se é para discutir a validade da publicação, deveriam questionar então os livros que ele publicou depois de ter ficado cego, e que portanto ele tinha que ditar", disse o autor à Folha há um mês, de passagem por São Paulo. Além dos inéditos, a Emecé está republicando títulos esgotados de Borges. Em março saiu seu ensaio sobre o "Martín Fierro" e em abril está saindo "O Livro dos Seres Imaginários". Em maio deve ser lançado "Diálogo Borges-Sábato" (que não está nas "Obras Completas") e em julho, "El Otro, El Mismo". María Kodama, que no ano passado criou em Buenos Aires a Fundação Borges -um misto de museu, biblioteca e centro de eventos culturais-, defende a publicação de textos inéditos de Borges dizendo que eles têm um interesse extraordinário para os leitores e, sobretudo, para os estudiosos da obra do autor de "O Aleph". Texto Anterior: Novas biografias revelam a face humana de Borges Próximo Texto: Livro destaca ação política Índice |
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