São Paulo, quinta-feira, 25 de abril de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Kirk sufoca no Oeste
INÁCIO ARAUJO
"Homem sem Rumo" (TNT, 5h45) é quase uma prova dessa afirmação. O magnífico faroeste de King Vidor deve muito à intensidade insana com que Kirk representa seu papel. O filme é marcante na saga do arame farpado, esse momento em que as propriedades passam a ser demarcadas agressivamente. É também quando o homem clássico do Oeste -livre e sem rumo- começa a virar um brontossauro. Fixar-se, para ele, é como morrer. É nessa encruzilhada que Vidor situa seu filme: no instante em que a própria fixação faz do homem um deslocado. Como o horário é ingrato, vale a pena gravar este filme, que merece ser visto e revisto. É um faroeste um pouco obscurecido pela grandiosidade de "Duelo ao Sol", que Vidor fez com produção de Selznick nos anos 40. Mas tem a seu favor fatores importantes. É um desses trabalhos em tom menor, e o tempo conspira a seu favor, e tem Kirk Douglas em grande momento: as marcas de sufocação pelo fechamento dos espaços, que o filme pretende desenvolver, estão no rosto e no corpo de Douglas. (IA) Texto Anterior: Essa não! A Madonna não é mais virgem? Próximo Texto: Xô, Satanás; Viva Jesus Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |