São Paulo, sábado, 27 de abril de 1996
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FHC tenta assegurar votos para mudar Constituição

MARTA SALOMON

MARTA SALOMON; REINALDO AZEVEDO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Planalto procura reduzir dissidência em sua base

REINALDO AZEVEDO
Coordenador de Política da Sucursal de Brasília
Com a nomeação do novo ministro da Agricultura do PTB, na próxima semana, o presidente Fernando Henrique Cardoso fechará a minirreforma ministerial que promoveu na tentativa de aprovar mudanças na Constituição até setembro, antes das eleições municipais deste ano.
FHC avalia que a nomeação dos deputados Francisco Dornelles (PPB-RJ), para o Ministério da Indústria e Comércio, e Luiz Carlos Santos (PMDB-SP), para a Coordenação de Assuntos Políticos, restabelece o "equilíbrio de forças" políticas que apóiam o governo no Congresso.
A integrantes da cúpula do PSDB, o presidente disse que as mudanças param por aí. Ele não planeja nenhuma outra substituição por enquanto.
Além de cumprir a promessa de dar espaço para o PPB na Esplanada dos Ministérios e garantir o apoio do terceiro maior partido do Congresso, FHC espera aumentar os votos de apoio ao Planalto.
O presidente está convencido de que a nomeação de Santos reduzirá a dissidência que enfrenta no PMDB. A terça parte da bancada costuma votar contra o governo.
Pagando para ver
Com trânsito em todos os partidos do Congresso, o deputado peemedebista não exerce liderança notável em seu próprio partido. FHC pagou para ver.
A base parlamentar do Planalto não muda substancialmente, mas FHC aposta que trabalhará com menos sobressaltos daqui para frente.
O governo conta, na Câmara, com o apoio formal de 414 dos 513 deputados e, no Senado, com 68 dos 81 parlamentares.
O novo formato do Ministério também não garante apoio prévio à tese da reeleição presidencial.
FHC terá de promover novas mudanças se quiser ter um ministério identificado ao projeto de tentar mais quatro anos de mandato, em 1998.

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