São Paulo, sábado, 27 de abril de 1996
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CNI e CUT descartam greve única

CRISTIANE PERINI LUCCHESI

CRISTIANE PERINI LUCCHESI; MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Entidades têm divergência

Não há possibilidade de a CUT e os empresários da Fiesp e CNI realizarem paralisação conjunta.
"Nós sabemos que o Vicentinho (Vicente Paulo da Silva, presidente da CUT) discorda de algumas reformas constitucionais. Por isso, nunca proporíamos a ele fazer um protesto para apressar o Congresso nesse sentido", disse o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Fernando Bezerra.
Segundo Bezerra, os empresários pensam em realizar com a Força Sindical, que apóia as reformas, uma "paralisação simbólica" ainda este ano.
"Temos pressa. Nossos economistas consideram que se as reformas não forem aprovadas em 12 meses o Real vai por água abaixo."
Ele afirmou que até concorda com as reivindicações da greve de Vicentinho -reforma agrária, punição dos crimes no campo, aumento no salário mínimo, mais emprego e manutenção dos direitos dos trabalhadores. "Mas os empresários não se mobilizariam por esses pontos."
CUT Vicentinho também descartou possibilidade de "barganha" nas reivindicações da CUT. "Não discutimos greve com empresários. Se quiserem apoiar nossa paralisação, serão bem-vindos."
Segundo Vicentinho, os trabalhadores não podem "cair no canto de sereia dos empresários" e entrar em greve por reformas que retirem direitos adquiridos.
Lázaro de Mello Brandão, presidente do Bradesco, é contra uma paralisação. "Seria precipitado, pois o governo está tentando resolver os problemas do país."

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