São Paulo, sábado, 27 de abril de 1996 |
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Governo federal deve assumir Banespa
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
Em compensação, o governo federal poderá dar descontos e condições mais vantajosas para que o governo paulista pague sua dívida com o Banespa. Essas condições incluem prazo maior e prestações menores do que aquelas acertadas no acordo firmado em dezembro e do qual o governador Mário Covas (PSDB) está desistindo. Segundo a Folha apurou, esse desfecho é provável porque decorreria de concessões paralelas de Brasília e São Paulo. O Ministério da Fazenda e o BC gostariam de manter os termos do acordo de pagamento, pois entendem que é um bom exemplo para os demais Estados, também endividados. Troca Pelo acordo, o governo paulista se compromete a entregar propriedades para pagar metade de sua dívida de R$ 15 bilhões com o Banespa e assume pesadas prestações mensais (R$ 65 milhões) para quitar a outra metade. Esse era o preço caro que São Paulo pagaria para reassumir o controle do Banespa e assim evitar sua privatização. Desse modo, se desistir do banco e aceitar a privatização, Covas se credencia para renegociar uma fórmula mais suave de pagamento. Essa, pelo menos, é a expectativa, entre negociadores paulistas. Segundo a Folha apurou, Fazenda e BC podem topar o negócio se houver um esquema de pagamento firme, com entrega de estatais e prestações, ainda que mais suave. Obrigatório De todo modo, as negociações estão reabertas e são obrigatórias. Os dois lados têm muito a perder em caso de impasse. O governo paulista não pode simplesmente rasgar o acordo de dezembro e esquecer o banco e a dívida. Isso porque, federalizado o Banespa, São Paulo passa a dever para o governo federal. Não pagando, tornando-se inadimplente, fica numa situação difícil. O governo paulista não poderia receber verbas federais, nem financiamentos para qualquer projeto. Também não teria aval para obter empréstimos externos. E fica carregando uma dívida que sobe todo mês porque São Paulo não paga prestações nem juros. Como receber pouco é melhor que nada, pode sair acordo. O que a Fazenda não aceita é um acordo tão generoso que seja um desestímulo à política de ajuste que quer impor aos Estados. Texto Anterior: FHC diz ser contra paralisações Próximo Texto: Principais pontos Índice |
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