São Paulo, sábado, 27 de abril de 1996
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O jogo dos sonhos

JUCA KFOURI

Infelizmente o Botafogo foi desclassificado pelo Paraná Clube na Copa do Brasil. Nada contra a equipe paranaense, ao contrário.
Só queria muito ver o Palmeiras jogando no maravilhoso gramado do Maracanã contra o campeão brasileiro. Certamente seria daquelas noites para relembrar o Santos dos anos 60, quando os cariocas lotavam o estádio apenas pelo prazer do bom futebol.
Enfim, não será ainda desta vez que o Palmeiras irá ao Maracanã, quem sabe porque o deus dos estádios esteja nos reservando uma atração ainda maior, cabendo o duelo ao Flamengo na mesma Copa do Brasil.
Outro desafio que adoraria ver seria entre este Palmeiras e a seleção que ganhou a Copa nos Estados Unidos.
Prova da infinita capacidade do jogador brasileiro, a equipe de Parreira não tinha entre seus titulares nenhum dos atuais craques palmeirenses.
Lá estava Cafu, é verdade, mas na reserva de Jorginho, e tinha Zinho, que hoje não está mais no Parque Antarctica.
Seria uma partida não para acirrar rivalidades menores e sim para confrontar duas visões vitoriosas: a do futebol de resultados contra o futebol espetáculo dentro de uma mesma escola, a brasileira.
Talvez um jogo para ser realizado em Wembley, santuário do futebol mundial -o que teria a vantagem adicional de não permitir manifestações provincianas e hostilidades contra qualquer uma das equipes. (Poderia-se, também, exigir que, além do ingresso, os torcedores fossem obrigados a ir de fraque ao estádio.)
Do sonho à realidade, felizmente este Palmeiras e São Paulo de amanhã também é repleto de atrações.
Os dois times tiveram uma semana para se preparar, embora quatro dos azes alviverdes e um tricolor, André, tenham dado um pulinho à África do Sul.
Em condições normais de temperatura e pressão, desnecessário será dizer que o Palmeiras é o favorito disparado -como seria contra qualquer outra equipe do mundo no momento.
Mas até o mais otimista dos palmeirenses sabe que um dia o time vai perder e o desafio de Presidente Prudente só entrará mesmo para a história se isso vier a acontecer lá. Ou se o Palmeiras enfiar uma outra goleada sobre o rival como fez com o Santos na Vila Belmiro.
As duas hipóteses são plausíveis, embora a segunda tenha mais chances.

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