São Paulo, segunda-feira, 29 de abril de 1996
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PSDB adia decisão sobre candidatura

OTÁVIO DIAS; ANA MARIA MANDIM
DA REPORTAGEM LOCAL

O PSDB continua sem candidato à Prefeitura de São Paulo.
Em reunião realizada ontem à noite, no Palácio dos Bandeirantes, as principais lideranças paulistas do partido não conseguiram chegar a um consenso sobre o melhor nome e marcaram novo encontro para daqui a 15 dias.
O deputado federal José Aníbal, que informou sobre os resultados da reunião, disse que, nas próximas duas semanas, serão consultadas as bancadas federal, estadual e municipal do PSDB, além de seus diretórios em São Paulo.
Aníbal afirmou que o objetivo é unir o partido em torno de uma candidatura que não seja imposta.
A sugestão da consulta, uma espécie de prévia informal, partiu do governador Mário Covas.
A reunião de ontem havia sido convocada por ele para se tentar chegar a um acordo sobre o melhor nome. Os dois únicos nomes com capacidade de unir o partido seriam os dos ministros José Serra (Planejamento) e Sérgio Motta (Comunicações).
Serra é o candidato preferido do presidente Fernando Henrique Cardoso, mas prefere preservar-se para a disputa pelo governo de São Paulo. Motta, que havia sido lançado por Covas, já anunciou que não concorrerá.
Segundo a Folha apurou, os nomes de Serra e Motta foram discutidos durante o encontro. Aníbal negou-se a dizer, porém, se as duas candidaturas estavam ou não descartadas.
Iniciada por volta das 20h, a reunião no Palácio dos Bandeirantes acabou pouco antes das 22h.
Além de Motta e de Serra, compareceram ao encontro os outros pré-candidatos do PSDB: os deputados federais Celso Russomanno, Arnaldo Madeira e Zulaiê Cobra Ribeiro, o deputado estadual Walter Feldman, e o secretário de Ciência e Tecnologia, Emerson Kapaz.
Também estiveram presentes o ministro da Administração, Luiz Carlos Bresser Pereira, o ex-governador de São Paulo Franco Montoro, o atual vice-governador, Geraldo Alckmin, o senador Pedro Piva, o deputado federal Antonio Kandir e o presidente da Assembléia Legislativa, Ricardo Tripoli.
'Popularidade'
Antes da reunião, vários pré-candidatos se dispuseram a abrir mão de sua candidatura em favor de Serra ou Motta.
"Se algum dos dois ministros resolver ser candidato, os demais já anunciaram que renunciariam à candidatura", afirmou o deputado Arnaldo Madeira.
"Se o Serra ou o Sérgio Motta toparem, é possível atingir o consenso hoje", disse Emerson Kapaz.
"Depois do Serra, quem teve mais votos nas últimas eleições fui eu", disse o deputado federal Celso Russomanno. "Se o Serra não quiser, acho que o partido deveria escolher quem é mais popular."
(OTÁVIO DIAS E ANA MARIA MANDIM)

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