São Paulo, quinta-feira, 2 de maio de 1996
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Tráfego sindical

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Vicente Paulo da Silva nem bem havia convocado a greve geral, em primeira mão na Cultura, e Paulo Pereira da Silva já dizia não à greve, na Rede Globo.
Aparentemente sem saber da decisão da CUT, o diretor da Força Sindical falou, sobre o desemprego:
- Esta questão pode nos unir. Eu não acredito numa greve geral, mas grandes manifestações, parando capitais, isso é possível.
Outro dia a Força Sindical admitia que a greve geral era, sim, possível -mas em favor das reformas de Fernando Henrique.
Vicentinho, não. Rejeitando o "canto da sereia", como descreveu a idéia dos sindicatos empresariais, ele dizia ontem, na CBN:
- Embora eu reconheça que os empresários também tenham do que reclamar, o movimento deles é deles e o nosso é nosso. Mesmo porque já sou macaco velho.
O presidente da CUT disse que vai precisar discutir a data da greve com as outras centrais. Vai precisar antes de muita conversa.
Vai enfrentar não apenas a reticência do colega Paulo Pereira da Silva, mas as novas diferenças com a mais recente das centrais, a Frente Social-Democrata -dissidência da Força Sindical.
Ontem, CUT e FST já mostraram que têm pouco em comum. Programaram passeatas para o mesmo horário e foi preciso negociar para evitar a colisão.
Na locução sempre cômica do Aqui Agora:
- O pessoal da Frente Social-Democrata vai poder passar... Divisão de territórios em plena avenida Paulista...
E ainda tem as CGTs.
Paulo Paiva perdeu boa chance de não fazer pronunciamento. Foi ironizado, por exemplo, no SBT, que reclamou em manchete que ele "não falou do mínimo". Pior, justificou-se indiretamente com o real, "de novo".

E-mail nelsonsa@folha.com.br

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