São Paulo, domingo, 5 de maio de 1996
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Economia argentina dá indícios de recuperação

Governo fala em crescer 5%, mas analistas admitem só 2,5%

DANIEL BRAMATTI
DE BUENOS AIRES

Depois de enfrentar uma queda de 4,4% no PIB (Produto Interno Bruto) no ano passado, graças aos efeitos da crise mexicana, a economia argentina começa a dar indícios de reativação.
Em abril, a arrecadação do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) subiu 14,3% em relação ao mesmo período de 1995. Segundo o governo, o resultado não se deve apenas ao combate à sonegação, mas a um aquecimento do consumo.
Os números oficiais sobre a produção industrial no mês de março, divulgados na semana passada, mostram um aumento de 10% em relação ao mês anterior -índice elevado mesmo levando-se em conta que fevereiro se caracteriza por uma fraca atividade.
O resultado é menos alentador, porém, se comparado com o nível de produção industrial de março de 1995: revela uma queda de 6,8% em um ano. Há 12 meses, a indústria não havia começado a sofrer os maiores estragos provocados pelo "efeito tequila".
Previsões
O ministro da Economia, Domingo Cavallo, afirma que a economia crescerá 5% em 1996, mas a previsão não é levada a sério pelo mercado. Bancos e empresas de consultoria estimam o crescimento do PIB entre 2% e 2,5%.
O FMI, entusiasta do modelo adotado por Cavallo, também fez uma avaliação de 2,5%.
A avaliação praticamente unânime dos economistas locais é de que o país só não voltará a crescer se o Brasil, principal importador de produtos argentinos, enfrentar "tropeços" no programa de estabilização do real.

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