São Paulo, terça-feira, 7 de maio de 1996
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Privatização pode acabar com a Ceagesp

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O entreposto da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) poderá ser fechado, após sua privatização em leilão na Bolsa de Valores de São Paulo, no próximo dia 15.
Isso porque é grande o interesse das empreiteiras e imobiliárias em realizar um grande empreendimento de outra natureza no local.
O secretário do Planejamento do governo paulista, André Franco Montoro Filho, diz que o edital prevê que o fechamento não poderá ser imediato.
Pelas regras, a finalidade atual do entreposto deve ser preservada por até 18 meses, a contar da efetiva transferência das ações. O prazo é prorrogável por mais 12 meses.
O presidente do Secovi (Sindicato da Habitação), Ricardo Yazbek, observa que há interesse do setor imobiliário no leilão, pois o entreposto está situado em área valorizada da zona sul, ocupando 707 mil m2, em São Paulo.
Segundo consultores, a área poderá ser utilizada para realização de grandes empreendimentos, como hipermercados ou torres de escritórios associadas a um shopping center.
O presidente da empreiteira Camargo Corrêa, Alcides Tápias, afirmou que há interesse da empresa em analisar a participação nos leilões da Ceagesp e Light (no próximo dia 21).
Ação popular
Claudio Ambrosio, presidente do Sincaesp, sindicato que reúne os permissionários (locatários de áreas de comercialização) em centrais de abastecimento do Estado de São Paulo, disse que há interessados em realizar ação popular para adiar o leilão.
O secretário de Planejamento paulista, André Franco Montoro Filho, disse que há muitos interessados no leilão e não demonstrou preocupação com a ameaça de os permissionários da Ceagesp entrarem com ação popular na Justiça.
Para tentar evitar a ação, o sindicato tenta formar um consórcio para que os permissionários possam participar do leilão.
Ambrosio avalia, porém, que dificilmente o sindicato conseguirá reunir os recursos necessários.
No leilão, funcionários da Ceagesp têm direito de preferência de adquirir 20% das ações pelo preço médio do leilão, disse o secretário da Agricultura, Antonio Cabrera.
O vice-governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin Filho, disse que as próximas privatizações -após a Ceagesp- serão de sete hotéis e dez balneários.

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