São Paulo, terça-feira, 7 de maio de 1996
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Bancos perdem peso no PIB

DA SUCURSAL DO RIO

A introdução do Plano Real fez com que a participação da intermediação financeira caísse de 13% para 7,7% do PIB (Produto Interno Bruto) em 1995 em relação a 1994 informou ontem o IBGE.
Segundo o coordenador do PIB do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Almir Kronemberger, os bancos "colocaram menos recursos para a intermediação financeira", basicamente empréstimos, por causa do alto custo do dinheiro e do problema de inadimplência.
Kronemberger disse que o resultado da intermediação financeira foi pior do que o dos anos anteriores porque os bancos perderam recursos com a redução do "floating" (ganhos sobre recursos não-remunerados, como depósitos em conta corrente), que era muito alto em tempos de inflação de dois dígitos mensais.
Além da redução do "floating", as instituições financeiras tiveram dificuldades por conta das medidas de contenção de crédito feitas pelo governo federal com o objetivo de conter o consumo.
Inadimplência
Junto com estes dois fatores, houve o aumento da inadimplência nos empréstimos bancários. "Foi dinheiro emprestado que não voltou", disse Kronemberger.
Todos estes fatores fizeram com que o setor financeiro sofresse um aperto de liquidez. Havia menos dinheiro circulando no setor, o que afetou os resultados.
Alguns dos bancos que sofreram intervenção do BC (Banco Central) e depois foram vendidos, como o Econômico e o Nacional, alegam que a crise que levou ao enxugamento do número de empresas em atividade no setor teve como principal responsável este aperto de liquidez, agora detectado pela pesquisa do IBGE.

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