São Paulo, terça-feira, 7 de maio de 1996
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Desemprego cai em abril na Alemanha

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O número de desempregados na Alemanha, em abril, caiu para menos de 4 milhões, pela primeira vez desde o início do ano. Mas o nível de desocupação continua elevado.
Segundo o Ministério do Trabalho alemão, foram registrados 3,967 milhões de desempregados no mês passado, contra 4,141 milhões em março.
Analistas do setor acreditam que o desemprego no país deve estabilizar-se nesse nível -considerado elevado- nos próximos meses.
Pela primeira vez, desde julho de 1995, o número de desempregados (já com a correção das variações sazonais) diminuiu 62 mil entre março e abril (17 mil a menos no Oeste e 44 mil a menos na ex-República Democrática Alemã).
Considerando-se os números brutos, o percentual de desempregados na Alemanha foi de 10,4% em abril, contra 10,8% em março. Nesse espaço de um mês, 174.300 pessoas conseguiram emprego.
Recuperação
A maioria dos analistas, porém, não acredita que essa melhora, normal na primavera, signifique uma verdadeira recuperação do mercado de trabalho alemão.
O desemprego é a principal preocupação dos alemães desde fevereiro. Naquele mês, foi alcançado um nível sem precedentes desde a 2ª Guerra Mundial (4,270 milhões de pessoas sem emprego).
Após um inverno rigoroso, o mercado de trabalho alemão se beneficiou em abril pela melhora das condições meteorológicas, que se tornaram favoráveis às atividades da construção e dos setores a ela ligados, dizem os analistas.
Entretanto, a fragilidade da conjuntura econômica continua impedindo a criação de novos postos de trabalho e a contratação de empregados no país.
O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 1996 será inferior às primeiras previsões e ao aumento registrado em 1995.
Segundo a maioria dos analistas, vai levar algum tempo para que haja um retrocesso na taxa de desemprego. "Não haverá diminuição substancial nos próximos meses", disse Frank Schroeder, analista do banco Trinkaus Burkhardt.
O ministro do Trabalho, Bernhard Jagoda, também não se mostrou otimista. Em relação a abril de 95, a Alemanha teve no mês passado 362.300 desempregados a mais, afirmou, salientando que "a evolução da conjuntura econômica não é boa".
"Uma andorinha só não faz verão. É muito cedo para falar em reativação do nível de emprego", disse Holger Fahrinkrug, analista da União de Bancos Suíços.
"É preciso esperar os próximos meses para saber se essa melhora foi apenas passageira, no quadro de forte aumento do desemprego registrado nos últimos meses", afirmou Oliver Schlick, analista do Hypo Bank.

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