São Paulo, terça-feira, 7 de maio de 1996
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Hoje, o poder vem de fora

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Se nos anos 80 as Bolsas eram dominadas por "tubarões" locais, nos 90 são os investidores estrangeiros que tomaram as rédeas do mercado acionário brasileiro.
Hoje, os investimentos de fora representam em torno de 30% do volume negociado na Bovespa. No mês passado, os estrangeiros enviaram à Bolsa paulista R$ 1,7 bilhão e repatriaram R$ 1,4 bilhão.
Tamanho poder de fogo -a Bovespa, no total, movimentou R$ 5,4 bilhões em abril- define, em questão de minutos, o desempenho de um mercado considerado pequeno para receber, sem sustos, o dinheiro de fora.
No final, o Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas (as blue-chips), reflete o entra-e-sai dos estrangeiros:
Em janeiro, a entrada líquida recorde de R$ 694,7 milhões catapultou o índice para 51.515 pontos, numa alta de 19,83%. Em fevereiro, o saldo positivo caiu para R$ 274 milhões e o Ibovespa cedeu 3,76%. Em março, o fluxo inverteu-se e as saídas líquidas foram de R$ 66,7 milhões. O Ibovespa caiu 0,06%. Em abril, as remessas líquidas ficaram em R$ 316,5 milhões e o índice subiu 4,22%.
"Os investimentos estrangeiros são, ainda, muito especulativos. Pelo menos 85% do dinheiro que vem para as Bolsas é volátil, pode sair a qualquer momento", alerta Rubens Marçal, diretor da Lafis.

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