São Paulo, sexta-feira, 10 de maio de 1996
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Líderes governistas abrandam projeto de Bicudo

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os líderes dos partidos governistas no Senado resolveram tornar mais brando projeto que transferia para a Justiça comum o julgamento de crimes cometidos por policiais militares.
Os governistas articularam a derrubada e substituição do projeto do deputado Hélio Bicudo (PT-SP).
O substitutivo aprovado ontem encaminha para a Justiça comum apenas os crimes contra a vida (homicídio, infanticídio, aborto ou induzimento ao suicídio) e quando ficar comprovado o dolo (intenção de cometer o crime).
O texto terá de ser submetido a um turno suplementar de votação, por se tratar de substitutivo, e depois irá à Câmara.
A articulação dos líderes governistas surpreendeu os partidos de oposição. O presidente Fernando Henrique Cardoso havia defendido a aprovação do projeto de Bicudo como instrumento de combate à violência cometida por PMs contra sem-terra.
Ontem, o porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, disse que os líderes governistas não contam com o apoio do Planalto. Segundo Amaral, FHC continua a apoiar o texto de Bicudo.
As lideranças do PFL, PMDB, PSDB e PPB fizeram o substitutivo na véspera e não concordaram com o adiamento da votação pedido por Bicudo ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
O projeto foi apresentado em plenário pelo senador Geraldo Melo (PSDB-RN). Às 19h, o plenário já havia aprovado o substitutivo, mas ainda votava emendas.
O sessão foi tumultuada. Um grupo de deputados de vários partidos foi ao plenário do Senado para tentar convencer o líder do governo, Elcio Alvares (PFL-ES), a voltar atrás e apoiar o projeto de Bicudo.

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