São Paulo, sexta-feira, 10 de maio de 1996
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'Reconheci um que me chamava de Dara'

DA REPORTAGEM LOCAL

A dona-de-casa Marluce de Jesus Santos, 24, que mora no terreno por onde saíram os presos, conta que reconheceu um dos fugitivos porque ele costumava chamá-la de Dara através da janela do pavilhão.
O apelido é uma referência à cigana protagonista da novela da Rede Globo, que terminou na semana passada.
Por volta das 11h, Marluce voltava da escola de seu filho, quando viu uma kombi branca estacionada em frente ao terreno em que mora. Viu cerca de 30 fugitivos dentro da casa de seus vizinhos.
Entre eles, o preso que costumava chamá-la pelo nome da personagem. Marluce e Manoel Alves de Jesus, seu vizinho, foram rendidos por um fugitivo armado, e não chegou a falar com ele.
"Ele sempre gritava que, quando saísse de lá, viria me buscar, por isso marquei bem o rosto", contou. "Agora tenho medo, porque, pela janela, ele prometia matar meu marido para ficar comigo."

Chinelo roubado
Marluce disse que os presos tomaram seu chinelo de dedos para fugir. Também usaram uma blusa que estava no varal para se vestir.
Ela contou que a maioria dos presos saiu andando, com calma, por não haver carros para todos.
Marluce afirmou que, até ontem, não havia notado barulhos ou movimento de pessoas "diferentes" na casa em que terminava o túnel.
"Seu filho sai às 7h. A mulher e a nora, um pouco antes das 8h", explicou. Ela disse ter saído de casa às 8h, sem ver ninguém do grupo que deu apoio à fuga na vizinhança.
No momento em que os presos saíram do túnel, disse, Alves de Jesus estaria na rua, procurando o cachorro. (RSc)

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