São Paulo, sexta-feira, 10 de maio de 1996
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Cooperação opõe ricos e pobres

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O tema que deverá criar mais polêmica entre os 185 países participantes do Habitat 2 é a cooperação internacional. Segundo a diplomata Marcela Nicodemus, secretária-executiva do comitê que prepara a ida da delegação brasileira, a cooperação internacional coloca em campos opostos os países subdesenvolvidos e as nações ricas.
O motivo da polêmica é a ajuda financeira. Os países subdesenvolvidos querem que seja incluído no texto da Agenda do Habitat (a carta de intenções da conferência) a recomendação da criação de novos recursos financeiros para a resolução dos problemas urbanos.
Os países ricos não concordam com a criação de "novos" recursos e recomendam a "relocação dos recursos já existentes".
"O texto está todo em parênteses e só será debatido em Istambul", disse Nicodemus.
Quando não se consegue chegar a um consenso, o texto fica entre parênteses. Isso significa que ainda terá que ser discutido antes da aprovação do texto final. Cerca de 40% do texto da Agenda do Habitat ainda está entre parênteses.
Depois da cooperação internacional, o tema mais polêmico é o direito à moradia. No início, muitos países (inclusive o Brasil) apresentaram resistência ao uso da expressão "direito à moradia", com medo de que a população cobrasse do governo esse direito na Justiça.

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