São Paulo, sábado, 11 de maio de 1996
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Grevistas fazem reivindicação a vice

DA SUCURSAL DO RIO

O vice-presidente da República, Marco Maciel, recebeu ontem da Associação dos Empregados da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear) uma carta reclamando dos baixos salários pagos pelo governo e dos 16 meses sem reajuste salarial.
Maciel esteve no Rio de Janeiro para o lançamento da "Revista Brasileira de Pesquisa e Desenvolvimento", que começa a ser publicada para a CNEN.
A comissão é responsável pelo gerenciamento de projetos na área nuclear no país.
Sem comentários
O vice-presidente não quis fazer comentários sobre a negociação salarial entre servidores e governo, alegando não ter informações sobre o tema.
Segundo denúncia dos funcionários da CNEN, o reator de pesquisas IEA-R1 do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares), localizado no campus da USP (Universidade de São Paulo), está funcionando de forma irregular.
"Como estamos em greve, eles colocaram pessoas não qualificadas para operar o reator, o que pode causar até um acidente sério, como o vazamento de material radioativo", afirmou Cláudio Constâncio, diretor da associação.
Cláudio Rodrigues, presidente do instituto, afirmou que os operadores que estão mantendo o reator em funcionamento são qualificados para o serviço.
"Eles são operadores mais antigos. Foram, na verdade, os instrutores dos operadores que estão em greve", disse.
Reator x câncer
O esforço para manter o equipamento em funcionamento está relacionado com um remédio chamado samário, utilizado para combater a dor causada pelo câncer ósseo.
Por ser um remédio radioativo, sua validade é de apenas dois dias, o que impossibilita sua importação. No Brasil, o samário é fabricado apenas no reator do Ipen na universidade paulista.

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