São Paulo, sábado, 11 de maio de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Maluf lança Pitta e ataca FHC, PT e PDT
CARLOS EDUARDO ALVES
Aplaudido pela claque convocada para a cerimônia, Maluf atacou o presidente Fernando Henrique Cardoso de maneira velada. "Em Brasília não quiseram a reeleição para prefeitos. Ciúme de homem é pior do que ciúme de mulher", disse. O prefeito paulistano também cutucou FHC ao apelar novamente para o discurso de respeito à autoridade. Comentando a invasão de centrais elétricas por sindicalistas, anteontem, Maluf criticou a atitude do governo. "Um xiita ameaçou apagar as luzes da Presidência da República. Faltam um pouco de coragem e de disciplina", deu a receita de como enfrentaria os sindicalistas. Incompetentes Também de maneira indireta, Maluf criticou as candidaturas de Luiza Erundina (PT) e Francisco Rossi (PDT), adversários de Pitta e que dividem a liderança na corrida da eleição paulistana. "Não vamos deixar a prefeitura em mãos incompetentes e radicais ou aventureiras", afirmou. A campanha de Pitta vai tentar caracterizar Erundina como incompetente. Em Rossi tentará ser aplicado o carimbo de aventureiro, sem vínculo com a cidade ou alguma força expressiva da sociedade. A possibilidade de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) impedir a participação ativa dos prefeitos na campanha de outubro também foi criticada por Maluf. Depois de dizer que, se for preciso, se licenciará do cargo para ajudar Pitta, o atual prefeito declarou que a restrição é injusta e inédita. "É um absurdo. Nem no tempo da ditadura militar proibiram alguém de subir nos palanques." Durante o regime militar (1964-1985), o palanque geralmente não existiu. E Maluf é acusado até hoje por seus adversários de ser um dos principais beneficiários políticos daquele regime. Bravata "Comigo não tem conversa. Escreveu não leu, o pau comeu. Ninguém vai me calar", bravateou o líder pepebista. Pitta, ofuscado pelo padrinho político, também criticou o PT e o PSDB. Os tucanos, segundo ele, não ajudaram a administração malufista com recursos. Aproveitou para para lançar a candidatura presidencial de Maluf. "O prefeito será nosso presidente em 98", afirmou. Maluf vai tentar nos próximos dias fechar uma coligação com o PFL. O deputado estadual Gilberto Kassab (PFL) seria o vice de Pitta. O problema é que a direção nacional pefelista não quer a aliança com o PPB. O deputado federal Ricardo Izar (PPB) não aceitou a opção de Maluf por Pitta e não compareceu ao lançamento da candidatura do secretário de Finanças. Izar ameaça disputar a convenção contra Pitta, mas não tem chance de obter a legenda. Texto Anterior: Ministro do STJ relata inquérito Próximo Texto: Chegada a SP foi em 87 Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |